O
deputado federal Kaio Maniçoba (PHS-PE) começou o ano legislativo apresentando
um projeto de lei que promete gerar discussões na Câmara dos Deputados. O PL
altera o artigo 56 da lei 8.666, e dispõe sobre a exigência de seguro garantia
nos contratos administrativos. O procedimento passaria a ser exigido em obras,
serviços e fornecimentos de altos valores, a fim de garantir o fiel cumprimento
das obrigações por parte do contratado.
De
acordo com o deputado, a iniciativa se baseia em um modelo já trabalhado nos
Estados Unidos, conhecido como Performance Bond. “Esse
projeto vai obrigar que as empresas vencedoras de grandes licitações contratem
um seguro para 100% do empreendimento. Assim acontecendo, a seguradora fica
responsável por garantir o término da obra sem custo adicional ao Poder
Público, assim como por ressarcir os prejuízos causados aos cofres públicos
pela inadimplência do tomador”, explicou o parlamentar.
Maniçoba
defende que, adotando o modelo de contratação das seguradoras, aumenta-se
também a supervisão e fiscalização das obras públicas, combatendo a corrupção dos
contratos e evitando escândalos como os vistos hoje no Brasil, além de garantir
licitações bem sucedidas. “A
vantagem é que as seguradoras mantêm permanente fiscalização sobre as empresas
tomadoras de obras e serviços objeto do seguro e, por sua vez, as empresas
adotam melhores práticas de gestão para evitar sinistros, já que dependem das
seguradoras para firmar contratos futuros”, argumentou ele.
PERFORMANCE
BOND – Nos
Estados Unidos, a cláusula chamada de performance bond prevê contratação, pelo
vencedor de um leilão, de seguro para 100% do empreendimento. O
governo oferece um sistema de incentivos em torno da contratação de obra
pública fazendo com que todos os agentes envolvidos, setor público,
construtora, seguradora, comissões e administradores independentes, remem na
mesma direção. A cláusula ainda dá direito ao governo ou órgão público de
encerrar unilateralmente o contrato se a obra não progredir como acertado, em
tempo e qualidade, se as exigências técnicas não forem atendidas e em casos de falência.
O
peso do histórico da firma chega a 40%, ao lado de preço e qualificação
técnica. O governo federal mantém, em todos os órgãos e agências públicos, o
histórico de concessionários e fornecedores. Há listas negras de quem está
barrado em futuras licitações. O processo de contratação e acompanhamento das
obras conta, rotineiramente, com uma terceira parte. Com um sistema de
supervisão independente, governos e agências estabelecem comissões, de
funcionários de outros departamentos do órgão, para acompanhar a execução dos
contratos, o que é determinante para a liberação das parcelas de pagamento.
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