Do Blog Camarotti
O agora ex-ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de
Governo) disse ao blog que acredita que a crise política agora será reduzida ao
seu tamanho real depois do seu pedido de demissão. Geddel contou que passou a
noite em claro refletindo sobre a sua a decisão. Ele atribui à questão familiar
a gota d’água para enviar a carta de demissão.
Questionado pelo blog por que demorou para pedir demissão,
Geddel disse que “saiu na hora que tinha que sair”, e lembrou que estava
recebendo apoios políticos e que tomou uma decisão de caráter pessoal.
De Salvador, onde mora, Geddel telefonou para Michel Temer.
“Foi uma conversa emotiva de dois amigos”, disse Geddel. “Se eu sou o problema,
então está resolvido. Acho que o episódio agora ficará restrito ao seu
tamanho real”, completou.
Geddel ainda fez duras críticas ao comportamento do
ex-ministro Marcelo Calero (Cultura) que gravou uma conversa com Michel Temer.
“Ele pode ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional. É proibido gravar uma
conversa com o presidente sem autorização. Para entrar no gabinete, você tem
que deixar celulares e aparelhos eletrônicos do lado de fora”, disse Geddel.
Ele também criticou o comportamento de Calero com outros
ministros. “Como é que um colega sai gravando outras pessoas? Fica parecendo
até que foi uma coisa armada”, disse Geddel.
Geddel contou ainda que, por estar em Salvador (BA), não foi
pessoalmente conversar com Temer. Até ontem à noite ele tinha relatado que
queria o fim de semana para conversar com os familiares antes de pedir
demissão.
Depois de ter enviado a carta de demissão, Geddel já
conversou duas vezes por telefone com Temer. Segundo o ex-ministro, o presidente
queria saber sobre o funcionamento e encaminhamentos da pasta. “Disse que
passaria tudo e que a estrutura da Secretaria de Governo já funciona por conta
própria.”
Geddel disse que continuaria a ajudar Temer no que fosse
necessário, mesmo sem cargo, e que continuará na política.
Blog: O Povo com a Notícia