Num
estudo da Anvisa divulgado nesta sexta-feira (25), em que foram analisadas mais
de 12 mil amostras de 25 tipos alimentos, laranja e abacaxi apareceram como os
vegetais com maior número de casos de resíduos de agrotóxicos que apresentam
risco agudo para a saúde. A análise ocorreu entre 2013 e 2015.
Entre as 744 amostras de
laranja, 90 (12,1%) apresentaram resíduos com potencial risco agudo. No caso
dessa fruta, a Anvisa chama atenção para o agrotóxico carbofurano, que passa
por processo de reavaliação na agência -- 11% das amostras de laranja
apresentaram situações de risco relativas ao carbofurano. Já entre as 240
amostras de abacaxi, foram 12 enquadradas no risco agudo, o que equivale a 5%
-- neste caso, o agrotóxico carbendazim foi o mais encontrado.
Maioria não apresentou risco
agudo: No geral, a avaliação concluiu
que 1,11% das amostras representavam risco agudo potencial à saúde -- ou seja, a
grande maioria, quase 99%, não apresentou esse problema. É a primeira vez que a
Anvisa monitora esse risco, relacionado às intoxicações que podem ocorrer
dentro de um período de 24 horas após o consumo do alimento com resíduos em
quantidades estabelecidas pela Anvisa.
Foram investigados 25 alimentos
de origem vegetal representativos da dieta da população brasileira: abacaxi,
abobrinha, alface, arroz, banana, batata, beterraba, cebola, cenoura, couve,
feijão, goiaba, laranja, maçã, mamão, mandioca (farinha), manga, milho (fubá),
morango, pepino, pimentão, repolho, tomate, trigo (farinha) e uva. As amostras
foram coletadas em estabelecimentos varejistas localizados nas capitais de todo
o território nacional. A Anvisa pesquisou 232 agrotóxicos diferentes nas
amostras monitoradas.
Do total das amostras
monitoradas, 9.680 amostras (80,3%) foram consideradas satisfatórias, sendo que
5.062 destas amostras (42,0%) não apresentaram resíduos dentre os agrotóxicos
pesquisados e 4.618 (38,3%) apresentaram resíduos de agrotóxicos. Foram
consideradas insatisfatórias 2.371 amostras (19,7%), sendo que 362 destas
amostras (3,00%) apresentaram concentração de resíduos acima do LMR e 2.211
(18,3%) apresentaram resíduos de agrotóxicos não autorizados para a cultura.
No cálculo do risco do consumo
dos alimentos analisados não foram considerados fatores de processamento dos
alimentos, como a retirada da casca de frutas, lavagem, entre outros.
Geralmente, quando são levados em consideração, normalmente há uma diminuição
da concentração de resíduos nos alimentos.
Veja abaixo a lista dos
alimentos analisados com maior número de amostras com agrotóxicos com potencial
risco agudo:
Laranja: 744 amostras
analisadas; 90 com potencial risco agudo (12,1%)
Abacaxi: 240 amostras
analisadas; 12 com potencial risco agudo (5,0%)
Couve: 228 amostras analisadas;
6 com potencial risco agudo (2,6%)
Uva: 224 amostras analisadas; 5
com potencial risco agudo (2,2%)
Alface: 448 amostras
analisadas; 6 com potencial risco agudo (1,3%)
Mamão: 722 amostras analisadas;
6 com potencial risco agudo (0,8%)
Morango: 157 amostras
analisadas; 1 com potencial risco agudo (0,6%)
Manga: 219 amostras analisadas;
1 com potencial risco agudo (0,5%)
Pepino: 487 amostras
analisadas; 2 com potencial risco agudo (0,4%)
Feijão: 764 amostras
analisadas; 2 com potencial risco agudo (0,3%)
Goiaba: 406 amostras
analisadas; 1 com potencial risco agudo (0,2%)
Repolho: 491 amostras
analisadas; 1 com potencial risco agudo (0,2%)
Maçã: 764 amostras analisadas;
1 com potencial risco agudo (0,1%)
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