A PGR (Procuradoria-Geral
da República) requisitou oficialmente à Polícia Federal, nesta segunda-feira
(28), o encaminhamento dos áudios gravados pelo ex-ministro da Cultura Marcelo
Calero em conversas com autoridades sobre um prédio embargado em
Salvador.
No entendimento dos procuradores, a PGR precisa ter em mãos
todos os elementos probatórios para decidir se pede ao STF (Supremo Tribunal
Federal) a abertura de um inquérito contra autoridades que tenham foro
privilegiado -no caso, o presidente Michel Temer e o ministro Eliseu Padilha
(Casa Civil).
Calero disse que foi "enquadrado" por Temer e
pressionado por Padilha a resolver uma questão de interesse do então ministro
Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), que afirma ter comprado um
apartamento no prédio embargado, o La Vue Ladeira da Barra.
O ex-ministro da Cultura prestou depoimento à PF no último
dia 19. Segundo a reportagem apurou, a PF recebeu os áudios e entendeu que não
poderia fazer uma perícia sem que uma investigação formal tivesse sido
iniciada. Os policiais, então, resolveram fazer uma análise das
gravações.
A PF está analisando se houve alguma edição nos áudios e se
os trechos são audíveis, para eventualmente transcrevê-los e depois
encaminhá-los à PGR. O resultado dessa verificação é esperado para o final do
dia.
O procedimento da PF, porém, tem gerado críticas entre
integrantes do Ministério Público Federal. Para procuradores, o material
deveria ser enviado diretamente à PGR, a quem compete solicitar a abertura de
uma investigação formal.
O CASO : Calero, que se demitiu na semana retrasada, disse ter sido
pressionado pelo então ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) a rever
um parecer do Iphan (instituto do patrimônio histórico) nacional que proibiu a
construção do edifício La Vue Ladeira da Barra, onde Geddel afirma ter comprado
um apartamento. Em meio à crise gerada pelo caso, Geddel também deixou o
governo.
Além de ter acusado Geddel, o ex-ministro da Cultura disse
ter sido "enquadrado" pelo presidente Michel Temer e pelo ministro
Eliseu Padilha (Casa Civil). Ambos negam ter pressionado Calero. (Via: Folhapress)
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