O caso
da Arena Pernambuco, levado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, envolve bem mais do que os quatro
políticos da cúpula do PSB citados até aqui – o governador de Pernambuco, Paulo
Câmara, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, o senador Fernando Bezerra Coelho
e o deputado federal Tadeu Alencar. É que tudo começou com uma auditoria do
Tribunal de Contas do Estado (TCE) que, na fase de apuração, notificou 30
autoridades para apresentarem suas defesas. Mas o foco do STF nos quatro
políticos socialistas é pelo foro privilegiado, apesar dos vários outros nomes
associados ao caso.
A Operação Fair Play, da
Polícia Federal, além da Odebrecht mirou o Comitê Gestor de Parcerias
Público-Privadas (CGPE), órgão no qual estava todo o núcleo do governo Eduardo
Campos (PSB). Por reunir técnicos e os principais secretários de Eduardo, a
quantidade de nomes é muito grande. Nele, ao longo do tempo, revezaram-se
vários então secretários, como Paulo Câmara, Geraldo Julio, Tadeu Alencar e
Bezerra Coelho. Mas não apenas eles.
Na manhã desta quarta-feira
(23), o deputado Tadeu Alencar concedeu entrevista à bancada do programa
Passando a Limpo, na Rádio Jornal com o comunicador Geraldo Freire. Entre
outros assuntos, Tadeu Alencar defendeu veemente a legalidade de toda a
contratação da Odebrecht para a Arena, desde a fase dos estudos, e negou
superfaturamento. Mas também respondeu à pergunta sobre se haveria uma ligação
entre a lista de autoridades notificadas pelo TCE e as investigações da Polícia
Federal e Janot. Tadeu disse não ter certeza, mas que é bem possível, devido à
origem da Fair Play.
“Não tenho conhecimento [de
quantas outras autoridades são investigadas]. Porque eu tive conhecimento ontem
[terça, dia 22] de que eu estava sendo investigado ou [que Janot está] pedindo
que a gente seja investigado. O que é certo é que houve uma auditoria… Esse processo
da operação dita Fair Play, ele começa numa auditoria feita pelo Tribunal de
Contas, pelo setor de engenharia, [um relatório] que não tinha nem sido votado
como decisão do TCE. Depois de ter sido homologado numa decisão em que se julga
regular todo o processo de contratação e execução da obra, pelo próprio
Tribunal de Contas, aí ele manda para a Polícia Federal”, afirma o deputado.
“Nesse relatório preliminar,
vários ex-secretários, várias pessoas – eu não saberia aqui elencar todas elas
-, mas além daquelas mencionadas ontem… E inclusive a imprensa acompanhou
também. E nós fizemos uma defesa ao Tribunal de Contas onde cada comportamento
questionado dos agentes públicos, naquele momento, inclusive de alguns
procuradores, ex-secretários. Todos nós tivemos que lá, em um dado momento,
justificar nossas atitudes. Isso faz parte de quem ocupa a função pública”,
comenta Tadeu Alencar.
O deputado diz, antes de tudo,
que é contra o foro privilegiado, pois a Justiça deve ser igual para todos. Mas
admite que, em razão justamente do foro, é possível que a investigação tenha
sido dividida em inquéritos diferentes.
“Não tendo prerrogativa de
função, devem estar em outro inquérito. Mas a gente fez uma defesa substanciosa
ao Tribunal de Contas e aguardamos, inclusive, o julgamento do Tribunal.
Porque, tendo dado base à investigação da Polícia Federal, uma decisão
acolhendo os motivos que foram substanciosamente apresentados pode ser até que
satisfaça ao convencimento das autoridades que estão pedindo o prosseguimento
dessa investigação”, afirma o deputado. (Via: Pinga Fogo)
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