Por Libânio Neto
A Greve Geral realizada na última sexta-feira dia 28 de abril, foi a
demonstração clara e inequívoca, que somente a luta social pode derrotar o
golpe perpetrado pelos setores conservadores do país, com o impeachment de uma
Presidenta eleita democraticamente, Dilma Rousseff.
Se faz necessário realizar uma avaliação realista e concreta do
significado e dos resultados alcançados pelo movimento que parou as grandes
capitais e se estendeu por várias outras cidades do país, tendo mobilizado mais
de 35 milhões de pessoas.
Em primeiro lugar, é importante destacar que a Greve Geral atingiu
resultados extremamente positivos, na defesa dos direitos dos trabalhadores, em
especial contra o ataque conservador das elites, que se utilizam de um governo
fantoche, corrupto e ilegítimo e de um congresso, cuja maioria de seus
componentes são ladrões e corruptos, travestidos de "representantes do
povo" e, que agora ousam acabar com as conquistas sociais alcançadas com
muita luta ao longo da história dos trabalhadores no Brasil, atacando sob o falso
argumento de "modernização" as leis trabalhistas e a previdência
social.
Pude acompanhar detalhadamente o desenrolar das manifestações e a reação
dos setores conservadores, representados pela grande mídia, que buscou a todo
custo criminalizar o movimento, mostrando incessantemente os distúrbios
ocorridos, atribuindo-os aos sindicalistas, colhendo depoimentos de pessoas
contrárias ao movimento e, classificando como um ato de "vagabundos"
e de pouca adesão.
Vi com muita alegria a participação dos movimentos sociais, sindicatos
urbanos e rurais, movimentos de sem terra e sem teto, estudantes, gente com
cara de nossa gente, gente com cara de povo, que começa a despertar e a
enxergar que somente às lutas sociais podem barrar essas agressões promovidas
pelos corruptos do poder, contra nossa classe trabalhadora e contra a população
mais carente e marginalizada.
Mesmo a mídia vendida e os corruptos de plantão, afirmando que não teve
sucesso, eles sabem que o movimento foi vitorioso sim, que os objetivos
iniciais foram alcançados.
A paralisação dos transportes, a adesão dos trabalhadores em vários
setores produtivos e, a participação de vários seguimentos sociais, mostraram
que o Brasil viveu uma das maiores manifestações já realizadas e uma das
principais Greves Gerais da nossa história.
Em segundo lugar, quero destacar o excesso praticado por vários
policiais em São Paulo, no Rio de Janeiro, Brasília e em Goiânia, como mostra a
foto acima da agressão sofrida pelo estudante Mateus Ferreira da Silva, o qual
ainda se encontra numa UTI hospitalar, devido à violência que lhe causou traumatismo
cranioencefálico.
Essa e muitas outras agressões, demonstram um verdadeiro abuso da força
policial, com requintes de crueldade e com expressões de prazer em agredir, que
demonstram a herança repressora construida na época da Ditadura Militar.
A polícia deveria estar presente para evitar distúrbios ou depredações
praticadas por pessoas que se infiltram nas mobilizações com a finalidade de
distorcer os verdadeiros propósitos do movimento e, não para agredir pessoas
que se manifestam de forma pacífica.
Por fim, a Greve Geral deixa o exemplo de que se faz necessário
intensificar e aprofundar as lutas, exercer a pressão social para barrar a
continuação do golpe e a perda dos direitos trabalhistas e sociais.
Acima de tudo, as lutas devem resultar no fim do golpe e na convocação
de Eleições Diretas Já, mostrando que os golpistas que usurparam o governo, não
tem condições de resolverem as contradições sociais e a profunda crise em que
nos encontramos mergulhados.
GREVE GERAL SIM!
CONTRA AS REFORMAS QUE TIRAM DIREITOS CONQUISTADOS!
PELO FIM DO GOLPE!
POR ELEIÇÕES DIRETAS JÁ!
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