Obsessão. Essa é a palavra que
tem sido usada por auxiliares do governador Paulo Câmara (PSB) para descrever a
batalha pela redução da violência. Os mais de 2 mil assassinatos em 2017 são a
prova de que a segurança pública se tornou o principal desafio administrativo
do governador rumo a 2018. E o Palácio tem trabalhado diuturnamente para
mostrar reação nessa área. “Não vou descansar nenhum dia, enquanto estiver no
governo para melhorar a vida e a segurança dos pernambucanos”, prometeu Paulo
Câmara na última semana.
Para 41,3% dos pernambucanos, a violência é o principal problema do
Estado; mostrou uma pesquisa do Instituto Uninassau publicada pelo JC no início
de abril. Desde então, o governo incluiu na pauta prioritária o lançamento de
uma série de ações na área de segurança: a criação de um batalhão em Caruaru, o
anúncio da compra de armas, veículos e de dois helicópteros, o projeto de
criação do Bope e de duas novas Companhias Independentes em Araripina e
Tamandaré.
A mudança no programa de jornada
extra de segurança (Pjes) é um capítulo a parte. Desde os anos 90, ele era
fundamental para garantir o policiamento, já que permitia a policiais
trabalharem nas horas de folga para receber um bônus no salário. Agora, 80% do
recurso destinado aos Pjes será transformado numa gratificação por desempenho
paga a mais de 4,5 mil PMs que não terão que trabalhar em horário complementar,
mas precisaram cumprir parâmetros de metas ainda não definidos pela Secretaria
de Defesa Social.
“Nós estamos lutando. É uma
obsessão nossa, capitaneada pelo governador Paulo Câmara, o restabelecimento da
sensação de segurança para os Pernambucanos. O que a gente espera em breve
conseguir”, afirma o secretário de Planejamento, Márcio Stefanni, coordenador
do comitê gestor do Pacto Pela Vida.
Além de promoções e do anúncio da
convocação de mais 2,8 mil policiais militares, o governo ainda prepara uma
série de ofensivas para turbinar as forças de segurança. A mais chamativa delas
é o projeto de lei que deve instituir uma espécie de concurso permanente na PM.
A ideia é criar uma lei que estipule a entrada de 500 novos militares todos os
anos a partir de 2018. A regra permite a oxigenação da PM, evitando que se
passasse muito tempo sem a realização de concursos, e garante a reposição da
força de trabalho.
'VAMOS CONSEGUIR'
Na última semana, o governador sinalizou que tem
discutido a melhoria do hospital da PM e a criação de uma unidade do colégio
militar no Agreste. Sem adiantar propostas, o líder do governo na Assembleia
Legislativa, Isaltino Nascimento (PSB), diz que o Executivo prepara um pacote
com ações voltada para os policias e seus famílias, inclusive com atenção em
relação as condições de moradia. Também se estuda a implantação de uma central
de flagrantes em Caruaru.
Isaltino diz que os números da segurança se destoam
diante dos resultados apresentados pelo governo em outras áreas. O índice de
homicídios cresce desde 2014. “É a única muleta que a oposição tem para se
segurar. A meta nossa é até o final desse ano eles não terem mais o que dizer
do ponto de vista da gestão, da administração pública, do investimento e dos
trabalhos”, afirma.
Para Stefanni, não preocupa a disposição da
oposição de levar o tema até o debate eleitoral porque os resultados certamente
aparecerão. “Nós vamos conseguir. Entendeu? Nós vamos conseguir melhorar esses
números de homicídio e os crimes violentos contra o patrimônio.”
Com a chegada de novas motocicletas, o governo
espera que a população e “os bandidos” vejam mais polícia nas ruas. “Esse não é
um debate que vai nos amedrontar. Nós temos consciência do que fizemos.
Certamente o ano de 2018 será melhor que o de 2017. Os próximos meses também”,
afirma Stefanni. (Por Paulo Veras e Marcela Balbino - JC)
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