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O maior reservatório do nordeste,
o lago de Sobradinho, na Bahia, teve a vazão reduzida para 600 metros cúbicos
de água por segundo, chegando a menor vazão de toda história. Com um menor
volume de água sendo liberado, pesquisadores da Universidade de Pernambuco
(UPE) e da Embrapa chamam atenção para o surgimento de ilhas, ilhotas e bancos
de areia. Além disso, pode-se sentir impactos na pesca e na agricultura no
Sertão de Pernambuco.
O geografo da UPE, José de Alencar, diz que a situação do
Rio São Francisco é preocupante. “Ao longo desses 33 anos que a gente vem
acompanhando, houve o agravamento desse fenômeno, chegando até a formação de
ilhas em alguns trechos do Rio, principalmente próximo a Ilha do Rodeadouro,
das ilhas vindo barragem em direção a Ilha do Fogo. Justamente naquela área que
ela vai ganhando competência de transporte de materiais, eles estão se
depositando”, explica.
Em trechos que era possível
atravessar com embarcação já é possível percorrer caminhando sem molhar os pés.
O Ecólogo da Embrapa, Lúcio Alberto Pereira, esclarece como acontece o
aparecimento dos bancos de areia. "No lago de Sobradinho quando o Rio chega
ele perde velocidade e deposita a distante do lado. Já abaixo do lago, o rio
pega essa competência e acaba formando esses bancos de areia. Com a estiagem de
vários anos e a redução da vazão do Lagoa de Sobradinho há tendência desses
bancos de areia".
O pescador Aldenir Gomes e muitos
outros que dependem da cultura retornam constantemente para casa com as redes
vazias."Para o peixe mesmo está muito difícil. Primeiro a cinco anos atrás
eu trabalhei de pegar peixinho, agora é uma raridade. Para sobreviver mesmo,
dependendo de pegar peixe, sobrevive não”.
Quem vive da agricultura também está sofrendo com essa
situação. Em Santa Maria da Boa Vista, no Sertão de Pernambuco, o canal de
captação do Rio São Francisco, utilizado para a irrigação, está com um nível
tão baixo que a água não consegue chegar à estação de bombeamento apedar do
sistema de flutuantes instalado.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa
Maria da Boa Vista, Expedito de Almeida, cerca de 15 mil produtores rurais do
projeto fulgencio foram afetados. "Isso vem afetando a situação de tal
forma que hoje o Projeto ode entrar em colapso, porque hoje só funciona com
duas bombas e com essa nova determinação da baixa do rio, com certeza ela vai
parar para uma bomba e parando para uma sem funcionar, com certeza a gente vai
ter um colapso grande no projeto”.
O produtor rural Cícero José Barbosa tem 3 hectares de
terra, e plantava banana, goiaba e uva. Sem água para a irrigação, apenas meio
hectare tá sendo cultivado. As bananeiras foram as primeiras a morrer. “Hoje é
bastante complicado a gente ver a situação daqui, a falta de água e os plantio
que a gente ganhava dinheiro, não tem como ganhar. A água está faltando e é
quantidade mínima, fica dificultoso, não dá para plantar”.
De acordo com o gerente de
irrigação da Codevasf, José Costa, o sistema de flutuante do projeto fulgêncio
já está sendo reparado. “Nós estamos concluindo, uma readequação teve que ser
feito no projeto dos flutuantes que foram obtidos há mais de um ano e
precisaram ser ajustados. Esse equipamento está sendo concluído. Inclusive o
pessoal está montando essas bombas. esperamos que em um prazo de no méximo de
15 dias esteja tudo solucionado”. (G1 Petrolina)
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