Em
Pernambuco, a queda no número de pessoas que tem adoecido com sintomas de
dengue, chicungunha e zika (em comparação com 2015 e 2016, anos de tríplice
epidemia) dá a impressão de que as arboviroses foram riscadas do mapa. Mas é só
uma falsa ideia, como ressalta a gerente do Programa de Vigilância das
Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Claudenice Pontes, que
convoca todos os municípios e a população para adotar medidas e ações capazes
de eliminar possíveis focos do mosquito ao longo desta Semana Nacional de
Mobilização para o Combate ao Aedes aegypti, que vai até a próxima sexta-feira.
Às vésperas do verão, época que facilita a eclosão dos ovos
do Aedes devido ao clima mais quente e úmido, a SES alerta que Pernambuco tem
apresentado um alto risco para transmissão das doenças transmitidas pelo
mosquito. Entre os 184 municípios do Estado, 156 (84,7%) estão em risco de
surto e em alerta para a possibilidade de adoecimento da população. O
percentual é do 5º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), que
monitora a quantidade de imóveis com a presença de larvas. Isso aumenta a possibilidade
do surgimento de mosquitos e, consequentemente, facilita a transmissão das
enfermidades.
“É preciso que a sociedade
entenda que as doenças não foram extintas. Os vírus estão circulando, e os
casos permanecem. Além disso, há pessoas suscetíveis (à infecção),
principalmente ao adoecimento pelos sorotipos de dengue 1 e 2, os únicos que
foram isolados este ano no Estado”, informa Claudenice. Ela explica que, como o
maior volume de casos por esses dois sorotipos foi registrado em 1998 e 2002,
atualmente há um percentual alto da população suscetível ao adoecimento, como
quem nasceu após esses anos. “Isso não significa que os outros sorotipos de
dengue (3 e 4) não estejam circulando; apenas podem não ter sido identificados
por estarem com baixa incidência.” Vale destacar que o sorotipo 2 preocupa
porque foi responsável pelas epidemias de dengue hemorrágica – uma das formas
graves da doença que merecem cuidados especiais.
Os municípios, segundo
Claudenice, devem estar engajados em atividades de mobilização social para
repassar informações de prevenção à população. “O poder público precisa
realizar suas ações, mas sem o apoio da sociedade não vamos continuar
diminuindo os índices de infestação do mosquito e, consequentemente, os casos
das arboviroses”, diz. Em relação à dengue, com base no recorte de casos
prováveis das últimas oito semanas em Pernambuco, Claudenice salienta que
quatro municípios do Agreste despontam com maior risco de transmissão da
doença: Cumaru, Brejo da Madre de Deus, São Caetano e Surubim.
Capital: Já
o Recife, apesar de estar com um total de notificações de arboviroses abaixo do
limite máximo esperado para o período, apresenta um risco médio para novas
epidemias, de acordo com o 5º LIRAa. Este ano, na capital pernambucana, até o
último dia 14, foram notificados 2.729 casos de dengue, chicungunha e zika. O
balanço é da Secretaria Municipal de Saúde, que analisou os locais com maior
risco de adoecimento: Alto José Bonifácio, Mangabeira e Bairro do Recife. (Via: ABR - JC Onlince)
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