Depois
de ter sido boicotado por cineastas no Cine PE, o documentário O Jardim das
Aflições, que retrata as ideias do filósofo conservador Olavo de Carvalho,
virou novamente motivo de confusão. Dirigido por Josias Teófilo, o filme era
exibido na noite desta última sexta-feira, 27, em auditório da Universidade Federal do
Pernambuco (UFPE), no Recife, quando estudantes contrários às posições do
filósofo cercaram o ambiente do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH).
Veja o vídeo abaixo:
Veja o vídeo abaixo:
Alguns dos alunos que assistiam
ao filme deixaram a sala para ver o que ocorria no lado externo, e foram
recebidos com gritos como “recua, direita, recua” e “fascistas”.
Dos dois lados, os estudantes passaram a trocar palavras de ordem. Foi
quando um jovem vestindo uma camiseta com a imagem do deputado Jair Bolsonaro
foi agredido por um dos manifestantes. Como mostram os registros, a partir
disso, teve início a pancadaria entre os grupos, que resultou em feridos entre
as duas partes.
Teófilo, que estava presente na exibição para um debate, registrou em
vídeo toda a confusão, ao mesmo tempo que tentava apaziguar a situação e
apartar os grupos. “Está havendo violência dos dois lados. Virou uma luta de
guerra. Eu tentei trazer as pessoas de volta, mas a violência ficou seriíssima
aqui”, relatou ao fim da gravação.
O cineasta contou ao jornal O Estado de S. Paulo que, antes mesmo da
exibição, grupos de esquerda já se organizavam contra o evento. Segundo ele,
mais de duzentos cartazes de divulgação já tinham sido rasgados. Além disso, a
presença dos manifestantes no local se devia à exibição paralela, promovida em
protesto à de seu filme, de um “cine-debate” do Comitê de Luta Contra o Golpe
da UFPE.
Na descrição deste segundo evento no Facebook, a organização afirma que “a
exibição do filme de Olavo de Carvalho no CFCH é claramente mais uma afronta à
esquerda”. A reportagem entrou em contato com Rafael Lucas Brito, um dos
organizadores, mas, até as 12h15, não obteve retorno.
“A gente está tendo que forçar a barra para ter um mínimo de voz
divergente dentro da universidade. Para isso, a gente está precisado até se
arriscar”, desabafou Teófilo, que considera que houve omissão da Guarda
Universitária para impedir os confrontos
A reportagem não conseguiu contato com a UFPE.
Em sua página do Facebook, o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão,
lamentou o episódio e saiu em defesa da exibição. “Não há censura,
intolerância, totalitarismo, ilegalidade ou ódio ‘do bem’. Viva a liberdade, a
diversidade, o estado de direito, a tolerância e a democracia.” (Via: Estadão)
Blog: O Povo com a Notícia