É dura a vida do PSDB. Um tucano
agora é três: 1) O tucano
verdadeiro, conhecido apenas do espelho; 2) O tucano
ideal do tucano, nunca o verdadeiro; 3) O tucano
ideal do Temer ou do Aécio, nunca o tucano verdadeiro nem o tucano do tucano,
normalmente bem diverso de ambos.
Nesta terça-feira, a deputada Shéridan (PSDB-RR) tornou-se a
personificação do tucano de três cabeças. Às voltas com sua segunda denúncia
criminal, Temer recebe deputados em ritmo de lanchonete fast
food. Incluída à revelia na fila do bandejão de
cargos e verbas do Planalto, Shéridan refugou o
encontro com o presidente. Considera-o tóxico. Mas convive fraternalmente com o
correligionário Aécio Neves, igualmente radioativo.
Na votação da primeira denúncia contra Temer, Shéridan não compareceu ao
plenário da Câmara. Na prática, levou água para o moinho do presidente, pois
ausências e abstenções contam a favor do denunciado. Agora, a tucana do
espelho, à procura da tucana ideal, toma distância da tucana do Temer sem se
importar com a companhia do Aécio.
Shéridan não está só. Como ela, os ditos cabeças pretas e os cabeças
brancas do PSDB, quase todos bem diferentes do tucano sapiens que enxergam no
espelho, fazem de suas atuações em público uma mímica coletiva em que a banda
do ‘Fora, Temer’ convive em paz com a ala do “Fica, Aécio’.
Juntos, os três tucanos que coabitam a alma de cada tucano fazem do PSDB
um partido uno e indivisível — uma agremiação 100% harmonizada pela falta de
nexo. Vivo, Freud se espantaria com a sofisticação da mente tucana. (Via: Blog do Josias de Souza)
Blog: O Povo com a Notícia