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terça-feira, 3 de outubro de 2017

Paulo Câmara reafirma que não “baixará a cabeça” em relação à proposta de privatização da Chesf


Com o objetivo de promover um debate democrático e transparente em defesa do “Velho Chico” e contra a privatização da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), o governador Paulo Câmara reuniu, nesta segunda-feira (02), no Palácio do Campo da Princesas, integrantes das Frentes Parlamentares do Congresso Nacional, da Assembleia Legislativa de Pernambuco e de entidades que militam na defesa da empresa. Durante o encontro, o chefe do Executivo fez alertas sobre o processo e ponderou que, no momento que vive o País, o Governo Federal não pode aprovar um procedimento tão importante sem o devido diálogo, entendimento e clareza de como será feito e as potenciais consequências que podem atingir negativamente os brasileiros.

“Até agora, o que não temos dúvidas é que esse processo vai sim aumentar a conta de luz dos brasileiros e fazer com que não tenhamos mais controle sobre a utilização do rio São Francisco. Enviamos uma carta assinada pelos nove governadores do Nordeste, protocolada no dia 5 de setembro, onde mostramos nossas preocupações e pedimos diálogo. Até agora, não recebemos nenhuma resposta. E isso mostra claramente que nossas preocupações estão corretas. E, por isso, a gente não pode baixar a cabeça. Temos que mostrar ao Brasil os riscos que um processo como esse, da forma que está sendo feito, de um setor tão importante e estratégico, pode gerar para as futuras gerações de brasileiros nos próximos 30 anos”, destacou, reforçando: “O que está se vendo muito claramente é a intenção de fazer essa venda para tapar o rombo das contas públicas, e isso vai afetar a rede econômica nos próximos anos com o aumento da conta de energia elétrica. E, novamente, quem vai pagar é o povo”.

Presidente da Frente Parlamentar Nacional em defesa da Chesf, o deputado Danilo Cabral, também criticou a falta de diálogo do Governo Federal e pediu que seja dado à empresa o mesmo tratamento dado em relação à Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca). “O Governo recuou em relação à Renca porque viu que a sociedade estava mobilizada a enfrentá-lo. Então, o mais importante, agora, é fazer essa mobilização em defesa da Chesf e lutar pela preservação daquilo que é um patrimônio dos nordestinos. Uma empresa que completa, em 2018, 70 anos de história. E como já defendia o ex-governador Miguel Arraes, a Chesf é o maior e o mais importante investimento público feito na história do Nordeste, que induziu a chegada da cidadania através do acesso à energia e à água para 54 milhões de nordestinos. Não é a primeira vez que tentam privatizar a Chesf, e, como já aconteceu, será a mobilização do povo que vai barrar essa privatização”, disse.

O deputado ressaltou ainda que uma reunião entre a Frente Defesa da Chesf com a nova procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, foi agendada para o próximo dia 19.

Também presente na discussão, o vice-presidente da Frente Parlamentar Nacional em defesa da Chesf, senador Humberto Costa, falou sobre a importância da audiência para a disseminação da luta contra a privatização da companhia. “A Chesf é fundamental para ações no campo social para muitas cidades do Nordeste, e todos nós sabemos que a causa social não será prioridade, em termos de continuidade, para a gestão privada. Sem falar no papel que a companhia desempenha na pesquisa e no desenvolvimento cientifico e tecnológico. E esses projetos e pesquisas de energia alternativa, são pontos estratégicos também para a nossa região. E, por tantos outros motivos, não podemos abrir mão desse patrimônio, que é fruto do suor do povo nordestino e do povo brasileiro”, ressaltou.

Blog: O Povo com a Notícia