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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Reforma da Previdência: após trapalhada de articuladores, Temer grava programa de Silvio Santos


O possível adiamento para o próximo ano da votação da reforma da Previdência causou uma confusão entre os secretários do presidente Michel Temer. Em coletiva, o líder do governo no Senado, o peemedebista Romero Jucá informou que a reforma "vai aguardar mais alguns dias até ser votada" e avaliou que poderia ser em fevereiro - depois do recesso que termina dia 2 - ou em janeiro "se houver entendimento numa convocação extraordinária". 

A trapalhada gerou oscilações da bolsa e do dólar, a Fitch, agência de classificação de risco, avisou que, nesse cenário, rebaixará a nota de crédito do Brasil, o que deve encarecer financiamentos e desestimular investimentos.

A declaração de Jucá irritou a cúpula do Palácio do Planalto. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, escalou o líder do governo no Congresso, André Moura (PSC), para tentar neutralizar a situação.

Depois do “anúncio” de Jucá, Moura afirmou que a orientação do Planalto é para "seguir trabalhando" em busca de votos para iniciar o debate nesta quinta-feira (14) e tentar votar na semana que vem. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), também não gostaram da declaração de Jucá.

Segundo a coluna Painel, do jornal Folha, Jucá tentou acalmar o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), que queria votar o Orçamento do próximo ano de qualquer jeito nesta semana, o que, na prática, sacramentaria o recesso. Ainda segundo o jornal, sem conseguir chamar sessão do Congresso para aprovar o Orçamento, Eunício foi flagrado pela Folha, na terça-feira (12), dizendo que não “vota a Previdência porra nenhuma”.

A coluna detalha que Jucá disse a aliados ter tido aval da Casa Civil para fazer o anúncio do adiamento da votação das novas regras para a aposentadoria. O Planalto afirmou que, na reunião com ele, só se tratou sobre a votação do Orçamento.

A Folha relata ainda que Temer, que estava no centro cirúrgico quando o bate-cabeça aconteceu, ficou preocupado, e acionou Meirelles para desmentir Jucá publicamente. 

Em busca de aprovar a Previdência, segundo a Coluna do Estadão, o governo tenta abrir um canal com a oposição por meio de governadores, que prometem ajudar virando votos de deputados em troca de mais recursos. A publicação revela que o presidente Temer vai participar do programa Silvio Santos, que decidiu apoiar a proposta, para falar da reforma da Previdência. A gravação acontece na sexta-feira (15).

Após a confusão, também de acordo com o Estadão, Meirelles conversou por telefone com Jucá. Principal fiador da reforma, Meirelles foi diplomático. Disse que Jucá deu uma “opinião”, que será levada em conta, mas não é a posição oficial do governo.

Blog: O Povo com a Notícia