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A sorte foi malvada com Michel
Temer quando ele escolheu dar ouvidos aos assessores que enxergaram no
desabamento de um prédio ocupado por famílias pobres uma oportunidade a ser
aproveitada politicamente. A pretexto de oferecer um ombro presidencial aos
desabrigados, Temer foi ao encontro da tragédia. Saiu enxotado, com a
impopularidade de 70% entre as pernas. O presidente mal teve tempo de balbuciar
meia dúzia de frases para os jornalistas.
Inconformado com as pesquisas que expõem o estilhaçamento de sua imagem,
Temer realiza um esforço para restaurar as aparências. Há mais desespero do que
método na estratégia do presidente.
Na noite da véspera, Temer ocupara uma rede nacional de rádio e TV para
anunciar, no alvorecer de maio, um reajuste do Bolsa Família que só chegará ao
bolso das pessoas em julho. Num pronunciamento concebido para celebrar o Dia do
Trabalhador, Temer pediu “paciência” aos 13,7 milhões de desempregados.
Depois de adular a clientela do Bolsa Família, Temer foi dormir na noite
de segunda-feira imaginando que havia adocicado os sonhos do eleitorado do
presidiário Lula. E acordou na terça-feira achando que poderia viver seus 15
segundos de Guilherme Boulos, o líder das ocupações urbanas. O presidente
cutucou a pobreza com o pé. E descobriu que ela morde.
Blog: O Povo com a Notícia