Nesta sexta-feira (18) é o Dia Nacional de
Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data é lembrada
um dia após a operação nacional, deflagrada pelo Ministério Extraordinário da
Segurança Pública (Mesp), que prendeu em flagrante 197 pessoas com material pornográfico - seis no
Grande Recife.
Instituída em 2000, a data foi escolhida porque, em 18 de maio de 1973, Araceli Cabrera Sánchez Crespo, de 8 anos, foi sequestrada,violentada e cruelmente assassinada no Espírito Santo. Seu corpo apareceu seis dias depois carbonizado, e os seus agressores, jovens de classe média alta da cidade, nunca foram punidos. Quarenta e cinco anos depois da morte de Araceli, casos semelhantes seguem ocorrendo em todo o Brasil.
Instituída em 2000, a data foi escolhida porque, em 18 de maio de 1973, Araceli Cabrera Sánchez Crespo, de 8 anos, foi sequestrada,violentada e cruelmente assassinada no Espírito Santo. Seu corpo apareceu seis dias depois carbonizado, e os seus agressores, jovens de classe média alta da cidade, nunca foram punidos. Quarenta e cinco anos depois da morte de Araceli, casos semelhantes seguem ocorrendo em todo o Brasil.
Só em Pernambuco, no primeiro
trimestre de 2018, a Secretaria de Defesa Social registrou 138 casos de estupro contra
vítimas de 0 a 11 anos e 202 ocorrências em que as vítimas têm entre 12 e 17
anos.
Histórias como a de uma menina de 12 anos, que mora na Zona Norte do Recife, e foi atendida pelo Conselho Tutelar do município nesta semana. Ela foi abusada pelo amigo do pai quando ele passava uma noite na casa da família. Segundo o conselheiro tutelarVado Luz, os crimes de abuso sexual, em cerca de 90% dos casos, são cometidos por pessoas próximas às vítimas. “O violador faz parte do ciclo da criança ou do adolescente, afinal, é comum a gente retrucar se um estranho mexe com a gente, não é? Eles se utilizam do contato e confiança para praticar este tipo de crime, porque a gente costuma se preocupar com o desconhecido, com o conhecido não”, explica.
A hipótese é confirmada pela psicóloga clínica Rosângela Dornelas, docente da Faculdade Pernambucana de Saúde. “Não temos como saber qual a real motivação desse abuso a menos que seja feito um perfil individual do criminoso, mas, por estar perto, ele vê um ambiente mais fácil, onde acha que ninguém vai desconfiar ou descobrir. E, muitas vezes, usa da ameaça para conseguir que a vítima fique em silêncio”, conta.
Ela ainda afirma que o diálogo é uma das ferramentas mais poderosas no relacionamento entre pais e filhos e que, aliado à observação, de forma mais ou menos sutil, pode prevenir esse tipo de acontecimento. “A criança, o adolescente precisa confiar em alguém. Precisa saber que existe alguém por ele. Falar sobre esses assuntos, alertar, realizar palestras é importante também, mas a comunicação é algo imprescindível”, finaliza Rosângela.
Na hora de prevenir esse tipo de crime, a comunicação e a amizade entre pais e filhos é uma das principais recomendações da Polícia Federal. Conversar sobre esse e qualquer outro tema com naturalidade dá a criança ou ao adolescente a segurança necessária para falar quando notar algo estranho no seu dia a dia, seja no ambiente virtual ou real, segundo a PF. (Via: Folha PE)
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