Em uma reação às críticas de que
tem interferido na Polícia Federal (PF) e na Receita, o presidente Jair
Bolsonaro (PSL) afirmou que foi eleito justamente para tomar decisões e repetiu
que não será um "banana" ou um "poste" no exercício do
mandato.
"Houve uma explosão junto à mídia no Brasil, uma explosão. Está
interferindo? Ora, eu fui [eleito] presidente para interferir mesmo, se é isso
que eles querem. Se é para ser um banana ou um poste dentro da Presidência, tô
fora", disse nesta quarta (21) na abertura do Congresso Aço Brasil.
A pedido do presidente, foi anunciada a troca do comando da
superintendência da PF no Rio de Janeiro. "Na Polícia Federal, eu indiquei
o Moro. E o Moro indicou o diretor-geral. E ali, no quarto escalão, há as
superintendências. Onze já foram mudadas. Quando apareceu a do Rio de Janeiro,
eu fiz uma sugestão de pegar o superintendente de Manaus", disse Bolsonaro
nesta quarta.
A PF do Rio passa por momento delicado, especialmente após o caso Fabrício
Queiroz, PM aposentado e ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Ele é pivô
da investigação do Ministério Público do Rio que atingiu o senador e
primogênito do presidente.
Também após interferência do presidente foi afastado o subsecretário-geral
da Receita Federal, João Paulo Ramos Fachada, que vinha se posicionando contra
ingerências políticas.
Bolsonaro ressaltou nesta quarta que a Receita Federal "tem
problemas" e que, por isso, deve haver novas mudanças, sem especificá-las.
Uma das possibilidades cogitadas é a troca do secretário especial, Marcos
Cintra. "A Receita Federal tem problemas. Faz um bom trabalho, mas tem
problemas. E devemos resolver esses problemas trocando gente", disse.
A saída em massa de seis subsecretários e três coordenadores gerais da
Receita chegou a ser articulada como protesto contra as interferências do
Planalto, mas a avaliação da equipe foi que a medida só atenderia os
interessados na ampla substituição de dirigentes da instituição.
O cargo do subsecretário de Fiscalização da Receita, Iágaro Martins, por
exemplo, também está em risco. Ele é visto como um integrante do órgão ligado
ao Ministério Público e vem sendo criticado nos bastidores após investigações
envolvendo a família de Bolsonaro.
No caso da Receita, Bolsonaro acusa auditores de perseguição a seus
parentes, que, segundo ele, sofreram uma "devassa". (Via: Folhapress)
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