O líder do PT no Senado, Humberto
Costa (PE), responsabilizou diretamente o presidente Jair Bolsonaro (PSL) pelo
aumento das queimadas na floresta Amazônica. Segundo o senador, desde que
assumiu, Bolsonaro vem implementando uma agenda de ataque ao meio ambiente,
estimulando o extermínio indígena e reduzindo a fiscalização em áreas de
preservação. O resultado é o crescimento assustador do desmatamento, que, de
acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), aumentou
88% até junho deste ano, se comparado ao mesmo período do ano passado.
"O presidente mente e tenta desesperadamente procurar culpados,
alimenta a sua indústria de fake news com informações sem nenhum fundamento.
Mas a verdade é que não existe ninguém mais culpado por tudo isso do que
Bolsonaro e sua necropolítica. A sua pauta é a da morte, da destruição e ele
deixou isso bem claro desde a campanha. As queimadas seguem aumentando enquanto
o governo assiste a tudo com alegria. Não fiscaliza, não pune os infratores e
ousa demitir aqueles que, pelo bem do país, fazem alertas sobre o problema do
desmatamento", disse Humberto, lembrando a demissão do presidente do Inpe,
Ricardo Galvão, após a divulgação de dados sobre as queimadas.
O senador ainda lembrou que o aumento no desmatamento no governo Bolsonaro
provocou, inclusive, a suspensão do envio de recursos dos governos da Noruega e
da Alemanha para o Fundo da Amazônia, responsável por financiar ações para a
preservação da floresta. "O presidente cortou investimentos, foi a público
para dizer, sem nenhum pudor, que o Brasil está sem dinheiro, que não tem
recurso para saúde, para a educação, para nada. E o que ele faz? Consegue a
proeza de suspender o recebimento de recursos internacionais que eram usados
para a conservação ambiental", criticou o senador. Ao todo, o Brasil deve
deixar de receber este ano R$ 287 milhões.
O problema das queimadas ganhou ainda mais repercussão depois que a maior
metrópole do país, São Paulo, distante 3 mil quilômetros da Amazônia, viu o dia
virar noite por conta de uma combinação de fatores: a chegada de uma frente
fria e da fumaça das queimadas na região Norte do país, na última segunda-feira
(19). Testes realizados no dia confirmaram que a água da chuva da cidade estava
contaminada com fuligem de fogo. "Esse é o maior crime ambiental já visto
em nosso país, um dos maiores do mundo. Não podemos permitir que destruam o
maior patrimônio nacional, que é nossa floresta. É uma questão de sobrevivência
mundial, eu diria. A Amazônia tem um papel fundamental para garantir a vida
humana na terra. Destruir a floresta é destruir a nossa própria existência",
afirmou.
Blog: O Povo com a Notícia
Blog: O Povo com a Notícia