R$ 10 mil recebidos em 2016 por uma
palestra sobre corrupção, em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto
Alegre, foram doados pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro,
à entidade filantrópica Pequeno Cotolengo. Moro afirmou na tarde deste domingo
(04), no Twitter, que a doação foi feita pela contratante a pedido dele. Na
ocasião, Moro era juiz federal.
A
conferência de Moro não foi registrada na época no cadastro eletrônico do
Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) porque, de acordo com ele, o
registro foi criado em 2017. Moro afirmou na rede social que a palestra foi
realizada “à luz do dia” com doação dos valores à caridade, a entidade de
pessoas com deficiência.
O
ministro da Justiça e Segurança Pública disse, no entanto, que na ocasião não
foi “totalmente sincero”. “Escondi a doação à caridade decorrente da palestra,
pois achei soar como inadequada autopromoção”, disse na postagem. Moro pediu
desculpas. “Escusas agora pela revelação, mas preciso dela contra falsos
escândalos. Há outras doações, mas os fatos importam mais do que a
publicidade”, escreveu.
O
jornal Folha de S. Paulo apontou em reportagem publicada neste domingo que o
ministro da Justiça e Segurança omitiu a palestra paga quando era juiz federal.
De acordo com o jornal, o evento é mencionado em mensagens trocadas por Moro
com o procurador da República Deltan Dallagnol, obtidas pela página The
Intercept Brasil e analisadas pela Folha. A reportagem acrescenta que uma
decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em junho de 2016 tornou obrigatório
para juízes de todas as instâncias o registro de palestras e outros eventos que
podem ser classificados como “atividades docentes” pelas regras da
magistratura.
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