Daniel Alves está em casa.
Apresentado na noite desta terça-feira no salão nobre do Morumbi, o
lateral-direito de 36 anos lembrou bastante do passado de torcedor ao explicar
a escolha pelo São Paulo após um longo período no futebol europeu, onde
defendeu Sevilla, Barcelona, Juventus e PSG.
"Queria pedir desculpas pelos nervos. Por mais que tenha vivido
tantas coisas, hoje é um momento muito, muito único para mim. Agradeço ao
presidente, ao Raí, ao Pássaro e ao Lugano, chato pra caramba, que acabou
conseguindo ajudar para que eu estivesse aqui.
Sonhei muito, muito tempo com
esse momento e esse momento chegou. Eles não estão contratando um jogador de
futebol, estão contratando um torcedor que se emocionou com Raí, Lugano, Kaká,
Luis Fabiano, Muller, Cafu e por aí vai. É muito prazeroso estar vivendo esse
dia. A emoção de hoje é muito especial. Sonhei com esse momento e ele chegou.
Só espero retribuir toda essa confiança", disse o novo camisa 10, antes de
ir até o gramado do Morumbi para ser saudado por mais de 40 mil pessoas
"Eles não vão se arrepender de ter batido na minha porta e me
colocado aqui dentro. Sei que muitos podem não estar entendendo, mas isso é
muito pessoal. Eu tinha muitas possibilidades, mas nenhuma maior do que a
realização de um sonho. Estou aqui realizando um sonho", comemorou.
Daniel Alves iniciou os exames médicos nesta terça-feira, dia em que se
apresentou ao elenco no CT da Barra Funda. Ele não joga desde a final da Copa
América, há um mês, e precisa readquirir ritmo de jogo para estar à disposição.
Ou não, se depender só da vontade dele...
"Eu estava enchendo o saco do Lugano, do Raí e do presidente, porque
queria sentir esse jogo de sábado (clássico contra o Santos, às 17h, no
Morumbi). Não sei o que eles pensam disso, mas pedi alguns minutos aí. Não sei
se é possível, vamos tentar até lá. Se puder ser sábado, melhor do que na
próxima semana. Vim para jogar."
O craque ainda explicou a opção pela camisa 10: além de ser o número que
Raí utilizou em suas grandes conquistas como atleta, também estava vago, então
não seria preciso incomodar nenhum dos atletas do grupo atual.
"Não quis pegar o número de ninguém. Peguei o número do Raí para
jogar, porque estava solto. Não quero ser mais importante que ninguém, para
meus companheiros não acharem que vou querer ser melhor que eles por ter vindo
da Europa", completou ele, que deixou a cargo de Cuca o seu posicionamento
em campo.
"Quando você toma a decisão de vir para um clube como o São Paulo, a
única ideia é ajudar. Domino todas as posições. Meia, lateral... Sou bastante
disciplinado taticamente, ajudo os companheiros a terem um desempenho
importante. Não é preocupação minha onde vou jogar. Quero contribuir",
disse.
Antes de se dirigir ao salão nobre do Morumbi, onde quase 150
profissionais de imprensa o esperavam, Daniel Alves assinou seu contrato com o
São Paulo, válido até dezembro de 2022, e fez um tour pelas instalações do
estádio - que ele já havia visitado quatro vezes com a camisa da seleção
brasileira, a última na abertura da Copa América de 2019.
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