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terça-feira, 21 de maio de 2024

Armas vendidas por policiais para facção não eram apreendidas: "Não ia para registro"

As armas vendidas por policiais para uma facção criminosa da Bahia não eram apreendidas pelos suspeitos, o que dificultava o trabalho da polícia, já que o material não era registrado. Dessa forma, os agentes corruptos levavam o armamento sem o conhecimento da Polícia Civil.

"Era como se aquela arma não tivesse registro nenhum para a polícia, não tinha ocorrência, não era arma desviada. Simplesmente aquele policial pegava a arma unicamente com o objetivo de revender, então aquela arma não ia para registro da Polícia Militar, da Polícia Civil, e era vendido diretamente a facções criminosas", declarou o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Motta, que participou de coletiva realizada nesta terça-feira (21). 

"Se ele [policial] via que alguém de alguma forma estava ali com uma arma, um faccionado, uma pessoa na rua com arma de forma irregular, eles tomavam. Não apresentavam [à polícia]", informou. 

Mercado informal

As armas vendidas pelos policiais para os traficantes tinham alto valor. Segundo o delegado da Força Correicional Especial Integrada, João Ricardo, o valor das armas no mercado informal é sempre muito maior.

"É mais caro do que no mercado formal. Por exemplo, se você compra um fuzil de R$ 13, R$ 15 mil em uma loja, você só compra no mercado informal por R$ 20, 30, até 50 mil", explicou. 

Ainda não há informações sobre os valores conseguidos pelos vendedores informais, contudo, três donos de CACs envolvidos no crime tiveram R$ 10 milhões em bens bloqueados. 

Na Operação Fogo Amigo, também foram presos, envolvidos no crime, o capitão da Polícia Militar da Bahia Mauro das Neves Grunfeld, e o cabo da PM Robson de Jesus Santos. 

No total, a polícia prendeu preventivamente 19 suspeitos. Um suspeito foi preso por porte ilegal de arma. Ele chegou a trocar tiros com a polícia durante a abordagem, foi ferido e socorrido para uma unidade de saúde. 

As ações ocorreram em Salvador/BA, Santo Antônio de Jesus/BA, Porto Seguro/BA, Juazeiro/BA, Petrolina/PE e Arapiraca/AL. Na capital baiana, os mandados foram cumpridos nos bairros da Graça, Pirajá e Lobato.

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