O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Brazão, apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos mandantes da morte de Marielle Franco, disse que não conhecia pessoalmente Ronnie Lessa — o assassino confesso da vereadora — e que só o viu pela televisão.
No entanto, chamou a atenção que, durante depoimento prestado no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (22), o suspeito desabafou sobre as acusações da Procuradoria Geral da República (PGR) que responde por ser o mandante da morte da vereadora Marielle e disse que preferia ter morrido no lugar dela.
"Eu preferia ter morrido no lugar da Marielle. Ele [Ronnie Lessa] tá destruindo a minha família. Que tipo de gente faz isso? O senhor acha que ia ter coragem de levar e envolver meu irmão nisso? É claro que a família da Marielle sofre, mas ele poderia ter me matado. Eu não sei como ele [Ronnie Lessa] dorme".
Brazão contou que já perdeu 26 quilos em 7 meses de prisão e disse não acreditar no que está acontecendo. ele também afirmou que aprimeira vez que viu Ronnie Lessa foi no IML, no dia que ele foi preso.
"Ele (Ronnie Lessa) só decide falar após a delação de Élcio de Queiroz. Ele se sentiu acuado, encurralado. E decidiu falar. Foi a oportunidade que o Lessa teve de defender, proteger o seu comparsa, Cristiano Girão [ex-vereador]. É a única explicação que vejo. Já perdi noites", afirmou Brazão.