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quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Intoxicação por metanol: 'É mais comum nos destilados, mas qualquer bebida pode ser fraudada'

Com três casos suspeitos de intoxicação por metanol em investigação em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) recomenda que a atenção seja redobrada com relação ao consumo de bebidas alcoólicas destiladas, como vodca, gin, cachaça e uísque, por causa do risco de adulteração com substâncias tóxicas.

“É mais comum nos destilados, mas qualquer bebida pode ser fraudada”, afirmou a diretora da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Karla Baêta, em entrevista ao Bom Dia Pernambuco, da TV Globo, nesta quarta-feira (1º).

A SES informou, na terça-feira (30), que notificou três casos suspeitos de intoxicação por metanol em Pernambuco, dois no município de Lajedo e um em João Alfredo, ambas cidades localizadas no Agreste do estado. Segundo a secretaria, dois pacientes morreram e um perdeu a visão.

De acordo com Karla Baêta, ainda que não haja confirmação laboratorial nos casos investigados em Pernambuco, é preciso estar atento aos sinais de intoxicação que, inicialmente, se confundem com os de uma embriaguez comum, mas podem evoluir rapidamente.

“Nas primeiras horas, há sonolência, dor de cabeça, náusea e vômitos. Depois de seis horas, podem surgir sintomas neurológicos e visuais, como visão turva, convulsão e até cegueira temporária ou permanente”, disse a diretora da Apevisa.

Entre as orientações aos consumidores, a Apevisa reforçou que é recomendado:

comprar bebidas alcoólicas em estabelecimentos licenciados pela Vigilância Sanitária;

observar se o lacre da garrafa está intacto;

conferir se o rótulo apresenta fabricante, teor alcoólico, composição, datas de fabricação e validade;

procurar o registro de 13 dígitos do Ministério da Agricultura, exigido para todos os produtos alcoólicos.

Para comerciantes, a recomendação é redobrar o cuidado na escolha de fornecedores. Preços muito abaixo do mercado podem ser indício de adulteração. “É importante também para esses comerciantes menores, como os que vendem bebida na praia ou drinks prontos, que façam esse esforço de comprar de locais idôneos e verificar a rotulagem do produto”, orientou a diretora.

Nos bares e restaurantes, a Apevisa sugere que o cliente peça para ver a garrafa da dose que será servida. Já em relação às bebidas prontas, como drinks, a recomendação é consumir apenas em locais licenciados e acompanhados pela Vigilância Sanitária.

“A gente vai fazer uma reunião com os municípios de forma a harmonizar o processo de fiscalização, ver os principais itens que têm que ser verificados. Tendo a suspeita de um produto fraudado, aí coleta o produto para análise em laboratório de referência”, declarou Karla Baêta.

Ainda segundo a diretora, a ação contará com participação conjunta de órgãos como o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), o Ministério Público e o Ministério da Agricultura. O objetivo é ampliar o alcance da operação e garantir que produtos adulterados sejam retirados do mercado.

A Apevisa também emitiu uma nota técnica para as unidades de saúde, reforçando a importância da identificação precoce dos casos e da notificação obrigatória. Pacientes que apresentem sintomas graves após o consumo de álcool devem informar qual bebida ingeriram e onde foi adquirida.

Em caso de dúvidas, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox-PE) funciona 24 horas através do número 0800 722 6001. Denúncias também podem ser feitas à Ouvidoria da SES, pelo número 136; ao Procon no número 0800 282 1512; e à Delegacia de Crimes contra o Consumidor pelo telefone (81) 3184-3835.

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Contaminação por metanol

Até a manhã desta quarta-feira (1º), os episódios de infecção por metanol se concentram no estado de São Paulo, sendo:

5 mortes confirmadas por intoxicação com metanol;

1 morte confirmada por intoxicação a partir de bebida adulterada;

4 mortes sob investigação da origem da contaminação;

17 casos suspeitos em investigação.

Segundo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), dos cinco mortos registrados no estado, quatro pessoas eram da cidade de São Paulo e uma faleceu em São Bernardo do Campo, mas provavelmente consumiu bebida na capital paulista.

Uma reportagem do Fantástico do domingo (28) mostrou casos recentes envolvendo o consumo de gin, uísque e vodca, comprados tanto em bares quanto adegas da cidade. Em um dos casos, um jovem internado em estado grave há quase um mês passou mal após beber gin com