A Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou
nesta terça-feira, 4, um aumento extraordinário de 1,937 bilhão de reais no
orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que passará de 18,843
bilhões de reais para 20,053 bilhões de reais. Com a medida, haverá aumento nas contas de luz.
O impacto médio previsto nas tarifas será de 1,6% para os consumidores dos
estados do Centro-Sul e de 0,3% do Norte e Nordeste.
O valor será repassado por meio da tarifa de energia, na
conta de luz das distribuidoras de energia que ainda passarão por reajustes
tarifários esse ano. Para as demais, o valor deverá ser compensado nos
processos do ano que vem como componente financeiro.
A CDE é usada para custear
diversas políticas públicas do setor elétrico brasileiro, como o subsídio à
conta de luz de famílias de baixa renda; programas como o Luz Para Todos;
pagamento de indenizações a empresas e compra de parte do combustível usado
pelas termelétricas.
A revisão dos valores já havia sido proposta pela Aneel no
início de agosto. Na ocasião, a pedido da Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica (CCEE), que controla os repasses das CDE, a agência propôs um reajuste
de 1,446 bilhão de reais. O aumento, no entanto, acabou 2% maior em
relação ao previsto.
Segundo a agência, o aumento se deve, entre outros fatores,
ao acréscimo de 20% nos descontos tarifários concedidos aos usuários dos
serviços de distribuição de energia elétrica, em decorrência da migração de
consumidores especiais de energia (com carga mínima de 500 kW) para o chamado
mercado livre.
Também pesou a inclusão de mais recursos para cobrir os
gastos da Conta de Consumo de Combustíveis (CC), sendo que a montante maior de
recursos irá para o acionamento de usinas termelétricas em Roraima, por conta
da eventual interrupção do fornecimento de energia elétrica da Venezuela para o
estado.
De acordo com o diretor da agência e relator do processo,
Rodrigo Limp, caso a linha de transmissão que vai conectar Manaus (AM) a Boa
Vista (RR) estivesse pronta, o acionamento de térmicas não seria necessário.
Ainda não foi concedido o licenciamento ambiental para iniciar a obra.
Outro fator que pesou no aumento foi a prorrogação, até
dezembro, do regime de operação temporária pela Eletrobras das distribuidoras
dos estados de Alagoas, Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima e Piauí. A medida
impactou a Reserva Global de Reversão (RGR), outro fundo setorial que compõe a
receita da CDE. (Via: Agência Brasil)
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