Os candidatos ao governo de
Pernambuco subiram o tom uns contra os outros no debate promovido pela TV
Jornal nesta terça-feira (25). O senador Armando Monteiro Neto (PTB) e o
governador Paulo Câmara (PSB), que estão à frente nas pesquisas de intenções de
voto, trocaram farpas e acusações mesmo quando não estavam fazendo perguntas
entre si. Dani Portela (PSOL) e Maurício Rands (Pros) também criticaram os
adversários, escolhendo o socialista como principal alvo.
As alianças eleitorais foram questionadas.
Apesar dos embates, este debate foi mais propositivo do que os encontros
anteriores, apresentando projetos – nem todos concretos – dos candidatos para
áreas como infraestrutura, economia, saúde, educação e segurança. Além disso, o
tema das operações Lava Jato, Fair Play e Torrentes, abordado no guia eleitoral
do petebista nessa segunda-feira (24), não foi usado no debate.
No quarto e último bloco, a
candidata do PSOL abordou Armando sobre a reforma trabalhista e o petebista
defendeu a mudança na legislação trabalhista, que já havia sido questionada por
Paulo Câmara no início do debate.
“Essa questão está sendo tratada de forma enviesada. O governador Paulo
Câmara defendeu a reforma e agora, por cálculo eleitoral, fica ali se
equilibrando”, afirmou.
No
primeiro bloco, os candidatos fizeram perguntas para os adversários e depois
puderam comentar as respostas. Chamou atenção o embate entre Armando e Paulo
sobre a reforma trabalhista, na primeira vez no debate em que o tema entrou na
pauta. O socialista escolheu primeiro perguntar ao principal adversário,
estratégia que abandonou no restante do debate.
Ao
questionar o petebista sobre o voto dele nas mudanças na legislação
trabalhista, o socialista foi rebatido e perguntado pelo adversário sobre um
dos candidatos a senador na chapa dele, o deputado federal Jarbas Vasconcelos
(MDB), que também foi favorável à reforma.
“Tenho um texto em que ele defende a reforma trabalhista. Tem ao seu
lado um candidato ao Senado que votou a favor”, apontou Armando. “Será que
Jarbas votou para reduzir o emprego?”, questionou ainda o petebista. Paulo
Câmara respondeu enfatizando que o seu partido foi contrário à reforma
trabalhista. “Eu sou contra que uma pessoa grávida trabalhe em locais
insalubres. Sou contra essa reforma aprovada pelo governo Temer e que contou
com o voto de Armando”, disse o governador.
Governo Temer
Paulo Câmara aproveitou o último bloco para ligar Armando ao governo
Michel Temer (MDB), estratégia que tem usado ao longo da campanha por causa da
baixa popularidade do presidente.
“Nestas eleições temos dois lados. De um lado, o de Miguel Arraes, o do
presidente Lula, o do nosso candidato, (Fernando) Haddad, o do povo de
Pernambuco. Do outro lado, o da turma do Temer, da reforma trabalhista, que
aumentou o preço da gasolina e queria vender o rio São Francisco, o lado que
quer fazer mal a Pernambuco”, disse nas considerações finais.
“Nós tiramos do papel com
recursos do Estado muitas obras. Investimos com prioridade apesar da crise. O
governo Temer não nos repassou R$ 1”, afirmou, antes, ao perguntar no quarto
bloco a Dani Portela sobre a Adutora do Agreste.
A candidata do PSOL também criticou Temer, mas apontou que o PSB de Paulo
Câmara declarou voto em Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições de
2014 e teve maioria favorável no impeachment de Dilma Rousseff (PT).
PDT
com Temer
Provocado por Rands por não anunciar quem apoiará na eleição presidencial,
Armando questionou se o PDT, aliado do candidato do Pros, está mesmo com com a
sua candidatura ou ruma com o candidato à reeleição.
O Pros apoiava a pré-campanha de Marília Arraes (PT) ao governo, rifada
com a aliança entre PSB e PT. O PDT ficou sem palanque para o presidenciável do
partido, Ciro Gomes, com o apoio. As duas siglas, então, se reuniram no último
dia para as convenções partidárias, 5 de agosto. O PDT, porém, continuou com
cargos e uma secretaria no governo Paulo Câmara, a pasta de Agricultura.
“A sua coligação tem problemas.
Não sabe muito bem se está, verdadeiramente, alinhada com a sua candidatura ou
com a candidatura oficial (Paulo Câmara). A gente sabe por exemplo que o
PDT tem até secretaria. Você quer dar nitidez a esse caráter
oposicionista, mas o PDT é Maurício ou está no palanque oficial
verdadeiramente?”, alfinetou o petebista. “A minha coligação além de mais
harmônica do ponto de vista programático, tem duas candidaturas presidenciais”,
respondeu Rands.
Cinquentinhas
O segundo bloco teve perguntas dos jornalistas do Sistema Jornal do
Commercio de Comunicação Ciara Carvalho, repórter especial do JC, e
Vagner Gomes, apresentador da Rádio Jornal.
Armando
e Paulo divergiram sobre a proposta do petebista de isentar o IPVA (Imposto
Sobre Propriedade de Veículos Automotores) das motocicletas de até 50
cilindradas, as chamadas “cinquentinhas”. “O licenciamento é uma taxa federal.
Armando em seus oito anos de mandato no Senado nunca discutiu essa pauta tão
importante”, acusou o socialista. “Ele não gosta das pessoas que usam motos”,
respondeu o petebista. (Via: Blog do Jamildo)
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