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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Motorista não tinha habilitação para dirigir Sprinter que capotou e deixou dez mortos


VENTUROSA – Uma série de erros e imprudências que custou a vida de pelo menos 10 pessoas. Uma tragédia com a marca da ausência de fiscalização do poder público. O acidente ocorrido por volta das 21h de segunda-feira, no quilômetro 33 da BR-424, na Ponte da Carrapateira, próximo à região central de Venturosa, Agreste do Estado, não choca apenas pelo drama de uma dezena de mortos e 13 feridos, a maioria em estado grave. A Sprinter Mercedes-Benz prata transportava 23 pessoas, mas tinha capacidade para apenas 16. Além disso, o motorista Jorgevan Severino dos Santos, 27 anos, possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria AB. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), para dirigir aquele tipo de veículo ele precisaria de uma CNH do tipo D, específica para transporte de passageiros. O pneu traseiro direito furou e Jorgevan perdeu o controle da van, que capotou e caiu de uma altura de 5 metros. Entre os mortos, Severino Pedro dos Santos, pai do motorista.

“Ele não tinha permissão para dirigir esse tipo de veículo. O que houve foi um somatório de coisas erradas. Era um motorista inexperiente, que estava vindo ligeiro e com excesso de carga”, disse o policial rodoviário federal Ismael Pereira, do posto da PRF em Cruzeiro do Nordeste, em Sertânia. Segundo ele, Jorgevan tirou a primeira habilitação, temporária, somente em 8 de novembro de 2012, ou seja, ele tinha CNH definitiva há menos de quatro meses. O jovem é um dos internados em estado grave no Hospital da Restauração (HR), no Derby, área central do Recife.

Apesar das irregularidades, o veículo não foi parado no posto da PRF. “Nós sempre fiscalizamos, mas era noite e muitos, quando estão com excesso de peso, fazem desvios por estradas vicinais”, justificou o policial rodoviário federal José Pires.

O delegado de Venturosa, Gustavo Ramos, adiantou que o excesso de peso foi decisivo. Sobreviventes contaram, durante o resgate, que ouviram o estrondo na hora em que o pneu furou. A van perdeu o controle, invadiu a pista contrária, bateu na mureta e capotou. “Vamos confirmar as causas do acidente para depois verificar se na conduta do motorista houve negligência, imprudência e imperícia, mas já sabemos que ele transportava gente acima da capacidade, sem levar em conta as bagagens, que eram muitas. O excesso de peso está caracterizado”, enfatizou, acrescentando que os pneus estavam “com meia vida”. Caso se recupere, Jorgevan deverá responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. (JC)

Blog: O Povo com a Notícia