Revelado pelo Atlético, capitão do Flamengo no título do Campeonato Brasileiro de 2009 e tricampeão carioca pelo time rubro-negro, o ex-goleiro Bruno Fernandes está cada vez mais perto de voltar aos gramados. Na manhã desta sexta-feira (28), advogados do ex-atleta vão à Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, para que ele assine um contrato de cinco anos com o Montes Claros Futebol Clube e seja inscrito na Federação Mineira de Futebol (FMF) e na Confederação Brasil de Futebol (CBF). Ficará faltando a liberação da Justiça para que ele seja transferido para o Norte de Minas e possa trabalhar.
Bruno está preso pela participação no sequestro e na morte da ex-namorada Eliza Samudio, crimes pelos quais foi condenado a 22 anos e três meses de prisão. A urgência na assinatura do contrato se deve ao prazo para inscrição de atletas na CBF para a disputa do Módulo II do Campeonato Mineiro, que termina nesta sexta-feira. A expectativa é que o nome de Bruno seja divulgado pelo Boletim Informativo Diário (BID) da confederação até o fim do dia. Assim, ele ficará aguardando a liberação da Justiça.
As informações foram confirmadas pelo presidente do Montes Claros, Vili Mocellim. "Queremos dar uma oportunidade para o homem Bruno", afirmou, acrescentando que a possível chegada do atleta é uma oportunidade para ambas as partes. "Para ele, é uma chance de voltar a jogar. Para o clube, é um atleta para reforçar o time e uma forma de investirmos no lado social". Dentro da FMF, o departamento técnico já espera pelo contrato de Bruno e confirma que o documento deve ser entregue nesta sexta-feira.
A Justiça é quem determina se o ex-atleta poderá voltar a trabalhar e em que condições isso aconteceria. O juíz dirá, por exemplo, se Bruno poderá treinar em dois períodos, se poderá viajar com o clube, se terá que voltar à prisão para dormir, se vai participar das concentrações para os jogos e outras questões da rotina do clube. Se autorizada a transferência, o juiz informa a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), que encontra uma vaga para o ex-goleiro no Presídio Alvorada ou no Presídio Regional de Montes Claros. Os advogados do ex-goleiro foram procurados, mas não retornaram às ligações da reportagem. Tentativas A defesa de Bruno Fernandes fez, no fim de janeiro, dois pedidos de transferência ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG): para Montes Claros e para Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde ficaria em uma Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) e poderia jogar pelo Villa Nova. O ex-atleta queria ir para Nova Lima com a alegação de que poderia ficar mais perto da mãe, que já é idosa e não tem condições de visitá-lo na penitenciária em Contagem, e também dos filhos. Os advogados de Bruno chegaram a alugar uma casa em Rio Acima para comprovar endereço do atleta na região. No dia 4 de fevereiro, o pedido de transferência para Nova Lima foi negado pelo juiz da Vara Criminal da Infância e Juventude do município, Juares Morais de Azevedo. Um dos motivos foi uma briga de Bruno com dois detentos, ocorrida em abril de 2013. O ex-goleiro teria ameaçado de morte dois detentos que “olharam” para sua mulher, Ingrid Calheiros, durante uma visita. Ele ficou sem o direito a banho de sol por 30 dias, foi proibido de receber visitas, sair da cela e trabalhar. Além disso, ele foi condenado na justiça a perder 59 dias de remissão da pena. (RD1)
Blog: O Povo com Notícia