O período chuvoso que começou em dezembro de 2013 em algumas cidades do Sertão pernambucano amenizou a situação das barragens, mas não acumulou água suficiente para tranquilizar a população que sofre com a estiagem prolongada. A Agência Pernambucana de Águas e Climas – Apac, que monitora o nível de todas as barragens e açudes do estado, afirma que a maioria deles está com o nível muito abaixo da capacidade.
Ao todo, 20 plataformas de
monitoramento da Apac estão situadas no Sertão. O analista de recursos
hídricos, Rony Melo, afirmou que dos 37 reservatórios situados na região, 22
deles estão em colapso, o que corresponde a 2 bilhões de metros cúbicos de água
distribuídos. “Estas barragens tem atualmente cerca de 15% de sua capacidade de
máxima de acumulação”, disse Rony Melo.
“Essa chuva não foi suficiente
pra aliviar a situação geral dos reservatórios. Para que a água consiga chegar
até eles não basta apenas chover, mas a chuva tem que ser forte o suficiente
para saturar o solo e vencer obstáculos como barramentos ao longo dos rios e
riachos ou pequenos barreiros e enfim escoar até aos reservatórios”, afirmou o
analista da Apac.
Segundo o setor de
Meteorologia e Mudanças Climáticas da Apac, a última chuva que conseguiu
completar em 100% os reservatórios do Sertão foi em 2004. “Essas chuvas que
caíram até o momento que vão de novembro até janeiro são chamadas de chuvas da
pré-estação”, ressaltou o gerente de meteorologia e mudanças climáticas da
Apac, Patrice Oliveira.
Em Terra
Nova, no Sertão de Pernambuco, em dezembro choveu cerca de 180
milímetros. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Rural, José Edvaldo
de Barros, o maior reservatório do município é a Barragem Nilo Coelho, está com
cerca de 10% de sua capacidade. “A chuva aqui foi pouca. Em 2014, as nuvens nem
fecharam, não tivemos chuva”, lamentou o secretário.
Em Bodocó,
a chuva foi localizada. Praticamente todos os açudes pegaram água. A informação
é repassada pelo secretário de agricultura de Bodocó, Robson Saraiva. O açude
do Lopes II foi o que mais conseguiu captar a água. “Hoje ele está com 6% o que
corresponde a 1 milhão 440 mil metros cúbicos de água”, afirmou. O Lopes II
estava com 3% de toda sua capacidade. “Apesar de ter aumentado a reserva, ainda
é insuficiente”, ressaltou o secretário. Este ano ainda não choveu no
município. (TV Grande Rio)
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