O
dia 5 se aproxima e especialistas nas campanhas tentam resgatar o voto daqueles
que ainda não sabem em qual candidato votar. Estrategistas de campanhas e
especialistas em análises de cenários eleitorais trabalham com um número
decisivo nesta reta final de campanha: 28 milhões de votos. Segundo analistas
ouvidos pelo GLOBO, este número representa o índice histórico de eleitores que
iniciam a última semana de campanha antes da eleição sem ter definido em quem
votar para presidente. Eles constituem cerca de 20% dos 142.822.046 brasileiros
aptos a ir às urnas no próximo domingo, segundo o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE).
A
última rodada de pesquisas, na semana passada, estimou que entre 7 milhões
(Ibope) e 8,5 milhões (Datafolha) de eleitores não respondem ou dizem não saber
em quem vão votar para presidente. Só em São Paulo, o maior colégio eleitoral
do país, são 3 milhões de indecisos, segundo o Ibope, ou 10% do eleitorado no
estado.
Além
do perfil clássico de indecisos, há ainda um grupo de eleitores chamados pelos
analistas de infiéis — são aqueles que apontam um candidato de preferência, mas
não declaram ter certeza absoluta da escolha e dizem que ainda podem mudar de
ideia. A análise da pesquisa Ibope divulgada semana passada mostra que só essa
fatia alcançava 51 milhões de eleitores. Ou seja, a dez dias da eleição, nada
menos do que 58,2 milhões de pessoas, 40% do eleitorado que podem ser
classificados como infiéis ou indecisos, não tinham uma decisão firme de voto.
Se os padrões dos analistas políticos se repetirem, esse contingente cairá para
cerca de 28 milhões esta semana. Mesmo assim, uma estatística considerável para
mexer com o resultado final.
Os
votos voláteis se espalham por todas as candidaturas. De acordo com o Ibope,
43% dos que declaravam voto em Marina Silva (PSB) admitiam que ainda poderiam
trocar de candidato. Entre os eleitores de Aécio Neves (PSDB), 39% disseram
ainda não estarem totalmente certos da opção. Já entre os que escolheram a
presidente Dilma Rousseff (PT), o índice de incerteza é de 31%. Segundo
analistas, a vantagem da candidata à reeleição tem explicação. Como é
presidente e portanto, tem um alto grau de exposição, as críticas feitas pelos
rivais durante a campanha são igualmente mais conhecidas e, assim, têm impacto menor
do que as que recaem sobre os adversários.
Com
a diminuição da distância entre Marina e Aécio na disputa pela vaga no segundo
turno mostrada nas pesquisas recentes, aumenta a relevância dessa parcela do
eleitorado na última semana antes do primeiro turno. A vantagem de Marina sobre
o tucano, que girava em torno de 25 milhões no início do mês, é, hoje, de 14
milhões de votos, segundo o Ibope, e de 12,8 milhões, de acordo com o
Datafolha.
A
análise mais detalhada dos dados do Ibope só sobre o grupo de indecisos mostra
que são mais numerosos entre os eleitores com escolaridade mais baixa (7% na
parcela que completou a 4ª série do Ensino Fundamental) e com renda familiar
mensal de até um salário mínimo (8%).
Mais
indecisos
Por
região, o índice é mais elevado no Nordeste, onde 7% do eleitorado ainda não
decidiram em quem votar. Entre os estados, São Paulo, onde 10% estão indecisos,
tem um número elevado de votos que ainda podem ser conquistados: 3 milhões.
Entre os que avaliaram o governo Dilma como “regular”, 8% estão indecisos,
acima da média geral de 5%. A margem de erro da pesquisa Ibope é de dois pontos
percentuais para mais ou para menos.
A
sondagem divulgada pelo Datafolha na sexta-feira indica Dilma com 45% dos votos
válidos (excluindo brancos e nulos), o que torna indecisos e infiéis também
decisivos para a campanha petista, mesmo na liderança, em busca de uma
definição no primeiro turno. (O Globo)
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