A seca no Brasil em 2014 poderá provocar um déficit no fornecimento de café no período 2015-2016, afirmou nesta sexta-feira Robério Silva, diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC).
Por ora, o Brasil, primeiro produtor mundial do grão, está compensando a queda de produção com suas reservas, mas se a demanda continuar crescendo poderá faltar café em dois anos.
"O número de sacas de café nas reservas brasileiras é bom para o equilíbrio do mercado, mas a grande incógnita é o que acontecerá no ano 2015/2016", explicou em coletiva de imprensa em Londres, ao término da reunião semestral do Conselho da OIC, que reúne os países produtores.
Em junho, as reservas do Brasil chegavam a 15 milhões de sacas. Mas a colheita para 2014-2015 será, segundo estimativas do governo brasileiro, de 45,14 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado (robusta e arábica), 8,2% a menos que no ano anterior, por causa da grave seca que foi registrada nos primeiros meses de 2014 em algumas regiões e das geadas que afetaram o estado do Paraná em 2013.
Neste contexto, a colheita brasileira de 2015/2016 será chave. Robério Silva não quis adiantar cifras, à espera do governo, mas Mauricio Galindo, diretor de operações da OIC, respondeu taxativamente "sim" quando indagado se um novo período de seca no Brasil seria um desastre. (AFP)
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