O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e delator do esquema de corrupção, Paulo Roberto Costa, revelou que a empreiteira baiana Odebrecht sugeriu a ele abrir conta na Suíça para receber propina, em razão de contratos obtidos de maneira fraudulenta na estatal. Durante a delação premiada em cooperação à Operação Lava Jato, o ex-diretor contou que a orientação foi do diretor da construtora, Rogério Santos de Araújo. Costa recebeu de propina da Petrobras cerca de R$ 60 milhões.
De acordo com reportagem do Estadão, o diretor da Odebrecht “mandou depositar o valor integral, entre 2008 e 2009”. A construtora fechou contrato bilionário com a Petrobras em 2009. Costa disse que abriu a conta por intermédio de “uma pessoa indicada” por Araújo. O indicado pelo diretor da Odebrecht chama-se Bernardo Freiburghaus, da Diagonal Investimentos Agente Autônomo de Investimentos Ltda., no Rio de Janeiro.
A Odebrecht nega o que classifica de “alegações caluniosas do réu confesso e ex-diretor da Petrobras”. A empresa rechaçou “qualquer pagamento ou depósito em suposta conta de qualquer executivo ou ex-executivo da estatal”.
Rogério Araújo chama a delação de Costa de “questionável e ilegal”. Araújo nega ter feito, intermediado ou mandado fazer qualquer pagamento ilegal ao delator.
Para os investigadores outros integrantes do esquema de corrupção que ocupavam cargos inferiores ao de Costa ganharam muito mais que os US$ 23 milhões que ele diz ter recebido – citam o exemplo do ex-gerente da Diretoria de Serviços Pedro Barusco, que abriu mão de cerca de US$ 100 milhões, a maior parte abrigada no exterior.
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