A defesa do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró apresentou, em menos de três horas após pedir a intimação de Dilma Rousseff como testemunha, uma nova petição à Justiça Federal em que pede a substituição da petista por uma outra testemunha Ishiro Inagaki, de Tóquio.
A alegação do advogado Edison Ribeiro para a súbita mudança está na petição entregue nesta segunda-feira (26), onde justifica a troca “uma vez que a decisão sobre a aquisição das sondas foi privativa da Diretoria da Petrobrás, não passando pelo Conselho de Administração, onde a testemunha ora substituída (Dilma Rousseff) exercia a Presidência”.
De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, na ação penal, Cerveró e o lobista Fernando Antônio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano, são acusados de receberem propina de cerca de US$ 30 milhões para viabilizar contratos de navios-sonda para a Petrobrás. Os pagamentos teriam sido feitos por Júlio Camargo, representante da empresa Toyo Setal, a Baiano, que atuaria diretamente na Diretoria Internacional, na época dos fatos comandada por Cerveró.
Ribeiro minimizou o episódio e disse que a troca foi motivada após uma conversa com Cerveró na carceragem da PF em Curitiba, onde o ex-diretor está preso. “Não foi nada demais, eu havia colocado a presidente (Dilma) e o (Sérgio) Gabrielli porque um foi presidente da Diretoria Executiva e outro do Conselho de Administração (da Petrobrás). Mas, ao conversar com Nestor Cerveró ele me disse que neste caso (pagamento de propina em compra de navios-sonda pela estatal) a decisão foi exclusiva da Diretoria, não passou pelo Conselho”, explicou.
Questionado se há perspectiva de elencar a presidente como testemunha em outros episódios investigados pela Lava Jato, o advogado afirmou que ainda não pode adiantar nada. “Cada caso é um caso, eu examino e vejo quais são as melhores testemunhas, como aconteceu hoje”, assinalou.
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