Poucas horas depois de o ministro Ricardo Berzoini (Comunicações) ter confirmado que o governo enviará ao Congresso um projeto para regular a mídia, o deputado Eduardo Cunha, líder do PMDB e candidato favorito à presidência da Câmara, pegou em lanças no Twitter: “Quero reafirmar que seremos radicalmente contrários a qualquer projeto que tente regular de qualquer forma a mídia.”
Berzoini dissera que, antes de fechar a proposta, seu ministério vai “abrir um debate”, para recolher sugestões. E Cunha: “Não aceitamos nem discutir o assunto.” Em litígio com o petista Arlindo Chinaglia, também candidato à presidência da Câmara, o líder peemedebista balizou a ação do partido do vice-presidente Michel Temer assim: “Não confundam a pauta congressual da governabilidade, que apoiaremos, com a pauta ideológica do PT, que não apoiaremos de forma alguma.”
Mais cedo, Chinaglia reunira-se com 58 deputados, a maioria do PT. Nesse encontro, distribuiu alfinetadas no rival peemedebista. Desdenhou, por exemplo, do compromisso de Cunha de presidir a Câmara com “independência”. Afirmou que o verdadeiro independente é ele, já que não indicou ninguém para ocupar cargos sob Dilma.
Cunha indagou: “Que independência pode ter quem acabou de deixar a liderança do governo, nomeou o filho e era a favor dos conselhos populares?” Chama-se Olavo Chinaglia o filho mencionado pelo líder do PMDB. Advogado, ele integrou os quadros do Conselho Administrativo de Defesa Econômica entre os anos de 2008 e 2012. A escolha do novo comandante da Câmara ocorrerá em 2 de fevereiro. Além de Cunha e Chinaglia, disputa o cargo Júlio Delgado, do PSB.
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