O governo do Estado vai remanejar
recursos de outras obras para construir duas adutoras que vão levar água da
Mata Sul ao Agreste, beneficiando 30 cidades do Agreste Central e Setentrional
(como Caruaru, Pesqueira, Surubim, Gravatá, entre outras) que estão tendo um
racionamento de água mais severo devido à estiagem. Serão investidos R$ 160
milhões.
“Essa
demora (da transposição de águas do Rio São Francisco) está nos levando a
apostar em obras que antecipem a chegada de água nessa região”, resume o
secretário executivo estadual de Recursos Hídricos, Almir Cirilo. Há uma
previsão de que a seca continue (no Agreste e Sertão) devido ao comportamento
do fenômeno climático El Niño, indicando 90% de possibilidade de estiagem forte
até setembro e 80% até fevereiro de 2016. A transposição deveria ser concluída
em 2012.
A
primeira adutora vai levar a água da Barragem Serro Azul (em construção em
Palmares) até Caruaru, usando adutoras existentes até Santa Cruz do Capibaribe
e Pesqueira. O custo será de R$ 100 milhões, financiados pelo Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID) para um sistema de tratamento de
esgoto. “A água se tornou uma prioridade mais urgente”, conta Cirilo.
A
segunda obra é uma adutora com a captação de água em Catende, na Mata Sul, indo
até a adutora do Prata, levando água até Caruaru. O investimento será de R$ 60
milhões, emprestados pelo Banco Mundial para implantar uma estação de
tratamento de água em Jucazinho, que está com 5% da sua capacidade. Há
expectativa de que essa barragem seque, caso a estiagem seja severa.
O
Agreste e Sertão sofrem com a estiagem desde 2012. Participantes do Fórum
Permanente de Convivência Produtiva com as Secas discutiram ontem, na sede do
Sebrae-PE, o gerenciamento dos recursos hídricos, analisando o que está sendo
feito em Estados como Ceará e Pernambuco. “Aqui, não se vê uma ação contundente
para enfrentar a seca nos meios rurais”, lamenta o presidente da Federação da
Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe), Pio Guerra. Ele defende que
deveria haver uma ação conjunta da academia, governos (Estado e União) com a
participação do empresariado para conviver de forma produtiva com a estiagem. (JC)
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