Operadores
políticos de Dilma Rousseff temem que a deterioração dos índices de inflação e
de desemprego potencialize a manifestação convocada por grupos que se opõem ao
governo para o dia 16 de agosto. Nas palavras de um ministro, se esse protesto
for nacional e expressivo, pode passar a “falsa impressão de que a sociedade
endossa o discurso golpista da oposição.” Sem alarde, discute-se como lidar com
a encrenca.
O ministro foi ouvido por Josias de Souza na noite passada. Feita sob a condição do
anonimato, a declaração é reveladora da dificuldade do governo para encontrar
um tom adequado à crise. O uso do vocábulo “golpista” ecoa entrevistas de
Dilma. Mas não orna com os fatos.
O
que os antagonistas da presidente discutem é a destituição dela pelas vias
legais. Tudo condicionado a eventuais decisões do TSE e do TCU. De resto, o
debate não é exclusivo da oposição. Envolve setores da coligação governista,
incluindo grupos do próprio PMDB, o partido do vice-presidente Michel Temer.
O
que fragiliza a articulação anti-Dilma é a ausência de povo. Desde que as ruas
voltaram para casa e as panelas pararam de soar, a aversão dos brasileiros à
presidente tornou-se silenciosa. Manifesta-se apenas por meio das pesquisas de
opinião.
No
Datafolha mais recente, Dilma obteve uma taxa de aprovação de irrisórios 10%.
No Ibope, apenas 9%. Daí o receio do governo. Dependendo do tamanho do ronco
que o asfalto der em 16 de agosto, um domingo, os dados frios das sondagens
pode ganhar uma expressão sonora difícil de ignorar. (Via: Blog do Josias de Souza/Foto Folhapress)
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