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quinta-feira, 23 de julho de 2015

Um ano após sua morte, Ariano Suassuna protagoniza filme inédito de Walter Carvalho

“Vou morrer, mas meus personagens vão viver para sempre.” Foi assim que o Ariano Suassuna se despediu do mundo real, na sua última aparição pública, em dia 18 de julho de 2014, em aula-espetáculo em Garanhuns. Há exato um ano, o escritor e dramaturgo, um paraibano de Pernambuco, encantou-se.

Como garantiu, Ariano permanece vivo, através de suas obras, personagens e inúmeras histórias sobre o Brasil. Nos seus últimos anos, ele se dividia entre as aulas e as gravações de um projeto para a TV Sesc, Ariano Conta o Nordeste, no qual percorria estados que tão bem conhecia para recontar, através lugares-símblos, a história do povo brasileiro. Questões burocráticas e orçamentárias dificultaram a continuidade do projeto, que chegou a ser gravado em Pernambuco, Alagoas, Bahia, Ceará e Sergipe.

Todo o material gravado está inédito. Parte dele, com imagens e falas de Ariano registradas em Pernambuco, vai virar o longa-metragem O Sertão de Ariano. Quem adianta a novidade é o diretor Walter Carvalho, que espera a liberação das imagens para poder marcar o lançamento do filme. Gravado entre 2010 e 2011, o escritor visita lugares emblemáticos de Pernambuco, todos caros a Ariano.

“Fizemos um roteiro, eu e Ariano, a partir das ideias dele. Fizemos uma viagem, juntos, desde a Pedra do Reino, em São José do Belmonte, até o Litoral, passando pela Igreja de Igarassu (a pinacoteca do Convento de São Antônio, lugar que o escritor adorava). Pontos estratégicos da cultura pernambucana”, lembra Walter, que dirigiu a fotografia da minissérie A Pedra do Reino (2007), de Luiz Fernando Carvalho a partir do romance suassuniano.


“Levei Ariano, em 2011, ao Sitio Arqueológico Alcobaça, em Buíque. Ele não conhecia pessoalmente e quem me indicou foi seu filho (Manoel) Dantas Suassuna, meu amigo”, conta Walter. “Chegamos a pé na Serra Alcobaça, numa longa caminhada. Ariano ficou desenhando, copiando os motivos rupestres dessa serra”, lembra o diretor, cuja ideia era seguir com Ariano Suassuna para a Paraíba, onde as filmagens começariam na Pedra do Ingá.

O objetivo do diretor é o de que o filme saia, enfim, da gaveta – decisão que depende do Sesc. “Conversei com Dantas Suassuna, ele ia tentar recuperar esse filme de alguma forma. A ideia é fazer um acordo com o Sesc”, conta.

Ariano chegou a assistir a imagens já editadas, antes de morrer. Segundo Walter, ficou emocionado com o resultado. “Ele me ligou, depois, chorando de emoção. Ariano ficou muito feliz com esse trabalho. Era uma coisa que eu gostaria muito de recuperar.”

CELEBRAÇÃO: Domingo (26), às 8h, haverá uma missa na Ilumiara Pedra do Reino, em São José do Belmonte, Sertão de Pernambuco, em memória de Ariano. O local da celebração foi escolhido pela família do escritor; seu filho, o artista plástico Manuel Dantas Suassuna, confirmou que participará da missa. Também estarão presentes a cantora Isaar França, violeiros, cantadores, coral e banda de pífanos. A Associação Cultural Perdra do Reino organiza a homenagem. (Texto JC, vídeo youtube)

Blog: O Povo com a Notícia