O empresário Ricardo Pessoa, dono
da construtora UTC, revelou em depoimentos prestados em Brasília como delator
do esquema de pilhagem da Petrobras que repassou R$ 20,5 milhões em propinas ao
PT no intervalo de dez anos —parte como doação oficial ao partido, parte em
dinheiro vivo. Os pagamentos começaram em 2004, sob Lula. E foram até 2014, sob
Dilma.
As
revelações vieram à luz em notícia veiculada na noite desta sexta-feira, no
Jornal Nacional. Num dos depoimentos, ocorrido em maio, Pessoa contou que João
Vaccari Neto, o ex-tesoureiro do PT, chegava para as conversas municiado de
informações estratégicas. Tinha conhecimento das obras da Petrobras e dos
valores dos contratos obtidos pela UTC, sobre os quais cobrava propinas.
Pessoa
relatou também que Vaccari às vezes pedia dinheiro vivo, por fora. Mas
não soube explicar os motivos. O delator retratou o ex-gestor das arcas
petistas assim: “PT na testa, sindicalista, um soldado do partido que queria
manter o PT no poder.”
Só
a partir de 2008 a UTC passou a ser mordida também pelos funcionários da
Petrobras, informou Pessoa. Ele pagava propinas a Renato Duque, então diretor
de Serviços, e ao gerente desse mesmo setor, Pedro Barusco. Segundo Pessoa,
Duque foi indicado para a diretoria da Petrobras pelo grão-petista José Dirceu.
Ouvida,
a defesa de Dirceu reafirmou que ele não indicou Duque. O PT reiterou o
lero-lero segundo o qual todas as doações que recebeu foram legalmente
declaradas à Justiça Eleitoral. Os advogados de Vaccari acusaram o dono da UTC
de mentir. Sustentaram que o ex-tesoureiro petista nunca pediu nem recebeu
propinas. Só teria manuseado doações legais. Barusco reafirmou o teor dos
depoimentos prestados como delator. E o advogado de Duque não foi localizado. (Via: Josias de Souza)
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