Sem ideia nem projeto que a
justifique, exceto barrar o impeachment, a reforma ministerial tornou-se uma
emboscada do PMDB na qual Dilma Rousseff caiu. Depois de flertar com a
oposição, o PMDB passou as últimas semanas cutucando Dilma com o pé, para ver
se ela ainda mordia. Nem rosnou. Com o dedão já inchado de tanto chutar, o PMDB
troca gradativamente de plano. Em vez de derrubar o governo, trama ocupá-lo até
quando for conveniente. Está prestes a emplacar sete ministros. Entre eles o da
cobiçada pasta da Saúde.
Os
principais caciques do PMDB declaram publicamente que não têm interesse em
indicar ministros. Natural. Preferem controlar a presidente. Dilma luta para
consertar o estrago que fez na economia, ao mesmo tempo que tem que cuidar da
unidade do PMDB da Câmara, que não quer uma biografia, mas adicionar à cota do
partido duas novas boquinhas negociadas pelo neo-líder Leonardo Picciani.
Deve
doer na ex-gerentona a ideia de permanecer na Presidência até 2018 como uma
rainha obscura numa peça confusa, em que o personagem principal é o Lula e cujo
epílogo são as sentenças judiciais que o petrolão renderá para gente como Renan
Calheiros, Eduardo Cunha e um interminável etcétera. (Via: Josias de Souza)
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