Estão
em investigação, em Pernambuco, três casos de bebês que vieram a óbito e
apresentavam microcefalia segundo critérios da Organização Mundial de Saúde
(perímetro cefálico igual ou abaixo de 32 centímetros). A Secretaria Estadual
de Saúde (SES) confirma, em nota, as mortes. É a primeira vez que o Estado
apresenta suspeita de óbito por essa malformação congênita. Os partos
aconteceram na capital pernambucana (dois dos casos) e em São Lourenço da Mata,
na Região Metropolitana do Recife.
Dois bebês já nasceram mortos (os chamados natimortos) na
sexta-feira (11) e na quarta-feira (15), com 38 e 40 semanas de gestação,
respectivamente. Um deles veio a óbito no dia 11, logo após o nascimento, com
33 semanas de gestação (prematuro) e com diagnóstico de microcefalia
intraútero. Em nota, a secretaria ressalta que, apesar de os bebês apresentarem
microcefalia, a anomalia congênita não é a causa básica dos óbitos, que estão
sendo investigados.
Na quarta-feira, o boletim epidemiológico divulgado pelo
Ministério da Saúde já mencionava que, no Brasil, 26 mortes permanecem em
investigação, mas não incluía esses óbitos em Pernambuco. Ao longo da
investigação da mudança do padrão de ocorrência da microcefalia no País, foi
confirmada uma morte no Ceará. Duas foram descartadas no Rio de Janeiro.
CAUTELA: Embora o Ministério da Saúde já confirme 134 casos de
microcefalia no Brasil relacionados à infecção pelo vírus zika (desse total, 29
em Pernambuco), o Estado diz que ainda é cedo para fazer essa associação, pois
tem aguardado sair os resultados de exames que possam identificar a presença do
zika.
“O teste é a única maneira que temos para esclarecer se a pessoa
contraiu o vírus. Como se trata de um evento novo na medicina, é importante que
a relação entre microcefalia e zika seja feita por testes laboratoriais. A
nossa preferência é trabalhar com cautela neste momento”, acredita a
infectologista pediátrica Regina Coeli Ramos, do Hospital Universitário Oswaldo
Cruz (Huoc). A médica participa das investigações sobre a mudança do padrão de
ocorrência da microcefalia em Pernambuco e também das atualizações do protocolo
clínico e epidemiológico para investigação dos casos da malformação no
Estado. (Via: JC)
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