O ministro Teori Zavascki, do Supremo
Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira, 1º, abertura dos dois novos
inquéritos pedidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito da
Operação Lava Jato. Em um deles, os investigados são o senador Delcídio Amaral
(PT-MS), preso na semana passada, o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), e o senador Jader Barbalho (PMDB-PA). No segundo inquérito, o pedido
é por apurações sobre Renan, Jader e o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE),
apontado como um emissário do presidente do Senado.
Os
pedidos de abertura de inquérito foram encaminhados ontem ao Supremo pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Hoje, Zavascki abriu as
investigações e já determinou a realização de diligências, com a remessa dos
dois casos para a Polícia Federal Os parlamentares são investigados pelas
práticas de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Com
a abertura das novas investigações, o número de inquéritos da Lava Jato na
Corte sobe para 35 e o total de investigados cresce para 68, com 14 senadores
na lista.
As peças são mantidas em segredo
de Justiça no tribunal e têm como fundamento duas petições ocultas. Na Lava
Jato, procedimentos desse tipo têm sido usados para abrigar delações premiadas
ainda mantidas em sigilo na Corte. Uma das delações homologadas pelo ministro
Teori Zavascki, do STF, em data próxima à das petições que originaram as novas
investigações, é a do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.
Em
delação premiada, Baiano citou os nomes de Renan, Jader, Delcídio e do ex-ministro
de Minas e Energia Silas Rondeau, ao narrar suposto recebimento de US$ 6
milhões em propinas em contratação do navio-sonda Vitória 10.000, em 2006.
Baiano também afirmou em delação que Delcídio teria recebido US$ 1,5 milhão em
espécie na operação de compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O
lobista é tido como um operador do PMDB no esquema de corrupção e desvios na
Petrobras e, em delação premiada, também fez menção ao nome do presidente da
Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). (Via: Estadão)
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