O então ministro do Planejamento, Romero Jucá, considerado homem forte
do governo interino de Michel Temer, anunciou seu licenciamento do cargo após a
divulgação de gravações em que fala sobre um possível "pacto
nacional" para barrar as investigações da Operação Lava Jato na última
segunda-feira (23). No entanto, de acordo com informações publicadas no Diário
Oficial da União, nesta terça-feira (24), Romero Jucá não se licenciou do
ministério, ele foi exonerado pelo presidente Temer.
Jucá sempre foi um dos nomes certos para o ministério do presidente
interino. Ainda assim, o anúncio dele para a pasta do Planejamento foi um dos
mais criticados, já que o peemedebista é um dos investigados pela Lava Jato.
Jucá é citado mais de uma vez como uma das pessoas que supostamente
recebeu propina no esquema de corrupção da Petrobras. Ricardo Pessoa,
empreiteiro da UTC Engenharia, afirmou em delação que o peemedebista teria
pedido R$ 1,5 milhão à empresa em doação para a campanha eleitoral de 2014, em
que seu filho era candidato a vice-governador de Roraima.
A doação teria vindo em forma de propina pela contratação da UTC para a
construção da usina nuclear Angra 3. Há um inquérito em curso para investigar a
participação do senador no escândalo - algo que ele nega veementemente.
"Não tenho nenhum temor em ser investigado", reafirmou Jucá na
coletiva desta desta segunda. "Se tivesse telhado de vidro não teria
assumido a presidência do PMDB. (...) Considero a Lava Jato uma mudança
positiva na política brasileira, tanto que no Senado votei pela recondução (do
procurador-geral da República) Rodrigo Janot e acho que o Ministério Público
Federal deve ter autonomia para investigar."
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