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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Em convênio com o MEC, 36 escolas de Pernambuco adotam tempo integral


Em 2017, 38 escolas estaduais de ensino médio em Pernambuco vão se transformar em instituições de educação em tempo integral. Desse total, 36 estão incluídas no Programa de Fomento à Implementação da Escola em Tempo Integral, do Ministério da Educação (MEC). O anúncio foi feito hoje (29) pelo governador Paulo Câmara (PSB) e pelo ministro Mendonça Filho, no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual.

Na educação em tempo integral, as aulas das disciplinas regulares são ministradas em um turno e atividades extras – de esporte a reforço escolar – ocorrem na outra parte do dia, totalizando 45 horas semanais. São cerca de 7,8 mil vagas, todas com matrícula já aberta e ano letivo iniciado em 2017. A mudança começa pelo primeiro ano do ensino médio. Aqueles que já estudam no turno regular se formam no regime inicial. Para cada aluno dessas instituições (localizadas em 23 municípios), o Ministério da Educação vai repassar anualmente ao estado R$ 2 mil.

A previsão é que o convênio dure quatro anos. Mas, de acordo com o secretário de Educação de Pernambuco, Fred Amancio, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), no Congresso Nacional, a medida provisória que cria o programa recebeu uma emenda para aumentar o prazo para oito anos.

“Fizemos um estudo aqui no estado. A gente estima que os nossos estudantes de escolas regulares em média nos custam R$ 3,6 mil por ano. E os de tempo integral nos custam em média R$ 6 mil por ano. Então nós acreditamos que esses R$ 2 mil são uma ajuda muito poderosa para implantar as escolas”, destacou o secretário.

As duas escolas que não foram incluídas no programa federal, localizadas nos municípios Paulista e Igarassu, serão transformadas com recursos estaduais. As unidades de ensino adotam um novo modelo de formato de tempo integral: dois turnos de ensino de 35 horas semanais, um de manhã até a tarde e outro da tarde até a noite. “A gente percebeu que vários estudantes não estavam na escola de ensino integral porque precisavam trabalhar. E algumas escolas têm um quantitativo tão grande que não havia condição de ela deixar de ser regular, porque ficamos com menos vagas na integral”, disse Fred Amancio.

Incialmente, não é cogitada a contratação de mais professores para suprir a demanda, mas uma realocação de profissionais. Mendonça Filho disse, no entanto, que o MEC se prepara para essa necessidade. “O Brasil acompanhou e Pernambuco consagrou um aumento considerável de matrículas na educação em tempo integral mantendo o universo total de professores. Se houver necessidade de apoio do governo federal de suporte para ampliação do quadro de professores nós já estamos prevendo apoio”, informou.

O governador destacou que Pernambuco foi o primeiro estado do país a implantar o modelo de escolas em tempo integral. Até hoje, tem a maior rede da modalidade no Brasil. “São 335 escolas, quase 50% da nossa rede é de tempo integral. Isso fez a diferença, como a conquista no primeiro lugar no Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica]. Tem que melhorar ainda, 3,9 ainda não é uma boa nota. Mas é um caminho acertado que começou lá atrás e tem dado êxito”, defendeu Paulo Câmara durante o evento. Em relação ao número de vagas, as de tempo integral passam a 51% do total.

Ex-alunos e professores opinam

Ex-estudante da segunda escola de tempo integral implantada em Pernambuco, a geógrafa Maria Lucielle Silva Laurentino foi convidada a participar do evento. Recentemente de volta ao Brasil depois de concluir mestrado em engenharia florestal na Espanha, Maria Lucielle, natural do município de Bezerros, falou sobre a sua experiência de 12 anos atrás. “A escola nos vê como um ser humano completo, não é só vestibular. Não me queria ali para aprender matemática e português somente, mas como partícipe da sociedade”, disse.

Uma das instituições que passam a oferecer ensino médio em tempo integral é a Escola Estadual Jesuíno Antonio D'Ávila, do município de Petrolina. A diretora Auxiliadora Araújo esteve na cerimônia e ressaltou que todos os profissionais estão contentes com a mudança. Segundo ela, além de garantir uma formação ampliada, os professores são beneficiados com a mudança.

“Os professores vão ficar exclusivos. Melhora a qualidade da escola e da qualidade de vida do professor. Porque você sabe, a gente tem que correr de um lado para o outro para ter uma vida melhor. Trabalhamos em duas, três escolas. E o programa vai nos dar uma certa folga nesse sentido. É o sonho de todo professor trabalhar em uma só escola”, diz. Para implantar o tempo integral de ensino, os professores da instituição recebem uma gratificação para ter dedicação exclusiva. De acordo com o secretário de educação de Pernambuco, o valor é de cerca de R$ 2 mil. (Via: Folha PE)

Blog: O Povo com a Notícia