O presidente Michel Temer usou
rede nacional de rádio e TV na noite deste sábado (24), véspera de Natal, para
dizer que "muito já foi feito" em seu governo e para prometer
derrotar a crise econômica em 2017, apesar de as projeções oficiais apontarem piora do cenário.
O
texto da fala gravada, que foi ao ar às 20h30, foi divulgado antecipadamente
pelo Palácio do Planalto.
Concentrando
quase toda a sua fala em questões econômicas, o presidente não abordou o tema
corrupção. Ele é citado por pelo menos três delatores da Odebrecht por
supostas práticas ilegais. Temer nega qualquer irregularidade.
No
pronunciamento, o presidente disse que "2017 será o ano em que
derrotaremos a crise" e que o Natal do ano que vem será "muito melhor
do que este".
"Tenho
trabalhado, dia e noite, para fazer as reformas necessárias para que o país
saia dessa crise e volte a crescer", disse, destacando seus pouco mais de
100 dias de mandato como titular. Ele assumiu definitivamente no lugar de Dilma Rousseff em 31
de agosto deste ano, após o processo de impeachment que retirou a petista do
cargo.
Em
relatório divulgado nesta semana, porém, o Banco Central reduziu de 1,3% para 0,8% a expectativa para o
crescimento da economia brasileira no ano que vem.
Falando
em "transmitir mensagem de renovada esperança", Temer exaltou a
atuação do Congresso durante a sua gestão, com aprovação de medidas consideradas
essenciais pelo governo. Destacou, por exemplo, a aprovação da lei que limita gastos públicos pelos próximos 20 anos.
"Ampliamos em mais de R$ 8 bilhões o orçamento da saúde, área para a qual
não pouparei recursos". Com a PEC do Teto, porém, haverá nos anos
posteriores redução de gastos no setor em relação ao que se projetava antes da
medida.
Também
citou a "lei que moraliza e dá transparência à administração das estatais,
mencionando a nova lei de licitação. Ainda entre as medidas mencionadas no
pronunciamento, está a aprovação da reforma do Ensino Médio.
O
presidente ressaltou ainda a reforma da Previdência, que o governo enviou há
algumas semanas ao Congresso, segundo ele, "para que sua sagrada
aposentadoria esteja garantida agora e no futuro".
Temer
afirmou ter "perfeita consciência dos problemas do país e da missão"
que recebeu ao assumir a Presidência. "Os brasileiros pagam muitos
impostos e pouco recebem em troca. Meu desafio é desburocratizar o Estado e
melhorar a qualidade da administração pública. É o que chamo de democracia da
eficiência".
Em
sua fala, o presidente disse que "a inflação caiu e voltou a ficar dentro
da meta, o que vai colocar um freio na carestia que você sente no
supermercado". Relatório do Banco Central divulgado nesta
quinta (22) diminuiu a projeção de inflação neste ano para 6,5%, exatamente o
teto da meta de inflação.
Ainda
de acordo com Temer, o desemprego irá recuar e "os juros estão caindo e
cairão ainda mais". Ele se refere à Selic, a taxa básica de juros, que
recuou de 14,25% para 13,75% nos últimos meses. Mas os juros do rotativo do
cartão de crédito e do cheque especial bateram recorde em novembro. Neste final
de ano o governo divulgou um plano em que promete reduzir à metade os juros
do rotativo, mas a medida ainda depende de regulamentação pelo Conselho
Monetário Nacional.
Quase
ao final, Temer lembrou Dom Evaristo Arns, ícone progressista da igreja, que morreu em 14 de dezembro. "A esperança foi seu
lema, a coragem sua marca. Coragem e sentimento de esperança não me faltarão.
Chegaremos em 2018 preparados e fortes para avançar ainda mais".
O
presidente encerrou o pronunciamento em cadeia nacional com um pedido ao
brasileiros para que acreditem no Brasil. "Vamos juntos reconstruir o
nosso país." (Via: Folha de S.Paulo)
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