Depois
de criar grupos específicos para combater assaltos a banco e a ônibus,
Pernambuco está implementando a Força-Tarefa Vidas, com o objetivo de reduzir os índices de homicídios,
que vêm batendo sucessivos recordes, devendo ultrapassar os cinco mil este ano
– número jamais visto antes. O município
de Paulista, no Grande Recife, foi escolhido para um projeto-piloto, no qual a
ideia central é atacar a causa do problema, que, na maioria dos casos, é o
tráfico de drogas, segundo levantamento da Secretaria de Defesa Social (SDS).
“A gente verificou que cerca de 70 a 80% das mortes violentas aqui no
Estado estão diretamente relacionadas ao tráfico de drogas, então essa
Força-Tarefa, além dos trabalhos de investigação dos homicídios, também é
responsável por atacar a causa do problema. Por mapear, estudar e efetivamente
fazer ações contra o tráfico de entorpecente para evitar que a morte aconteça”,
informa o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua.
Conforme o gestor, o município foi escolhido porque teve um aumento
maior nos assassinatos em relação a outros. Só de janeiro a outubro deste ano,
foram registrados 197 homicídios em Paulista, número 60% acima do que foi
contabilizado durante todo o ano de 2016, quando ocorreram 123 mortes na cidade.
Em 2015, foram 114. “Vamos usar alguns planejamentos e ações em Paulista, para
a partir daí disseminar algumas boas práticas no Estado todo”, salienta Pádua.
A FT Vidas é coordenada pelo secretário-executivo de Defesa Social,
Humberto Freire, com participação das Polícias Civil, Militar e Científica.
Segundo Pádua, algumas reuniões já foram realizadas e há missões em curso.
“Pensamos nessa ação com base nos bons resultados que tivemos na redução de assaltos a ônibus e a bancos”,
salienta Pádua.
De janeiro a outubro, a SDS registrou 4.576 homicídios – 80% a mais do
que em 2013 (2.541 mortes), último ano de queda nas estatísticas desse tipo de
crime desde a implantação do Pacto pela Vida, em 2007. O balanço indicou que
dos 2.538 crimes ocorridos entre maio e outubro 754 tiveram como motivação o
tráfico de drogas e 1.037 dos mortos tinham passagem pela polícia.
COMUNIDADES: As
estatísticas também indicam que 417 homicídios ocorreram por conflitos na
comunidade. Para enfrentar o problema, o Estado firmou parceria com o Japão a
fim de conhecer sua experiência com policiamento comunitário. Equipes da
Agência Nacional de Polícia do Japão e da Secretaria Nacional de Segurança
Pública (Senasp) estão em Caruaru e no Recife, esmiuçando a metodologia do
sistema "Koban".
Em vigor no
país asiático desde 1874, o modelo é voltado para uma polícia que garanta os
direitos humanos e cidadania da população. “Vamos fazer algumas experiências
para colocar a Polícia Militar mais próxima da população, para que haja um
entrosamento maior”, adianta Pádua. (Via: JC Online)
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