O ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva afirmou na noite desta quarta-feira (21) que não respeita a decisão judicial
que o condenou por corrupção e que pode impedir que ele dispute a Presidência.
"Eu não respeito a decisão que foi tomada contra mim porque sei que
ela é mentirosa, política e não está baseada nos autos do processo."
"Estou candidato", disse em Belo Horizonte a militantes de
esquerda reunidos no espaço de eventos Expominas. "Não tenho medo, podem
até tentar me prender", completou.
O ato marcou o lançamento da candidatura do petista no Estado segundo a
presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que ressaltou que o PT não
tem plano B.
Sobre seus adversários políticos, Lula disse querer que eles "tenham
vergonha na cara e respeitem a democracia e o resultado eleitoral como eu
respeitei". O petista aparece em primeiro lugar nas intenções de voto.
"Quero dizer àqueles que querem evitar que eu seja candidato: tenham
coragem. Eu perdi três eleições e voltei pra casa. [...] Aprendam a lamber suas
feridas e permitam que a democracia vença e disputem as eleições comigo para
ver quem é que ganha."
Lula voltou a dizer que as acusações de corrupção contra ele são mentiras
criadas com o objetivo de tirá-lo da disputa eleitoral.
"Decidiram que era preciso anular a possibilidade de Lula ser
candidato. [...] Parte do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público
e da imprensa, liderada por Globo e "Veja", resolveram demonizar o
PT", afirmou.
"Parte do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da
imprensa, liderada por Globo e "Veja", resolveram demonizar o
PT", afirmou.
"A imprensa vai transformando mentira em verdade. O que eles não
sabem é que o povo me conhece. Duvido que tenham a consciência tranquila como
eu tenho."
O petista não voltou a fazer críticas à intervenção militar determinada
pelo presidente Michel Temer (MDB) no Rio de Janeiro.
Pela manhã, Lula havia dito que Temer está usando a intervenção para
"se cacifar" para a eleição presidencial.
Nesta quarta o petista esteve em acampamento do MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra) e em um antigo centro de tratamento da hanseníase
na região metropolitana de BH.
ANIVERSÁRIO: O ato desta quarta também marcou a comemoração de 38 anos de fundação do PT.
Em seu discurso, Lula exaltou as políticas de quando esteve na Presidência
e disse ter sofrido preconceito.
"Havia torcida para que eu fracassasse. [...] Resolvi enfrentar o
preconceito sendo o melhor, marcando mais gols. Saí pela porta da frente",
disse.
Estiveram presentes o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), além de
deputados e dirigentes petistas. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) chegou a
ser anunciada, mas não compareceu.
Pimentel afirmou que "a ditadura sorrateiramente quer voltar" e
atacou o Judiciário. O governador, que tenta a reeleição, responde a denúncias
de corrupção no âmbito da Operação Acrônimo.
"Em vez de usar farda, usam togas de juízes arbitrários e parciais.
Em vez de censura à imprensa, tornam a imprensa monopolizada", disse.
"Não me venha um juiz parcial com uma sentença fajuta dizer que Lula
não pode ser candidato", completou.
Ele também criticou a intervenção militar no Rio, afirmando que ela
"quebra o pacto federativo e a autonomia de Estados e municípios" e
que seria um exemplo de como a ditadura está voltando.
Em dois momentos, Lula mencionou o senador Aécio Neves (PSDB-MG), inclusive
para dizer que reeleger Pimentel seria continuar dando "lição de
moral" ao tucano.
Gleisi criticou ainda o juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava
Jato em Curitiba, mencionando que ele recebe auxílio-moradia e disse haver uma
perseguição contra Lula. (Via: Folhapress)
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