Em um frio de 5ºC, uma centena de
brasileiros compareceu na manhã deste domingo (25) a estação de trem de
Hamamatsu (260 km a sudoeste de Tóquio), no Japão, para acompanhar o
desembarque do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que faz um tour pela Ásia.
A cidade foi escolhida porque tem a maior concentração de brasileiros em
terras japonesas — são 9.165 conterrâneos do pré-candidato à Presidência,
segundo censo divulgado pelo Ministério da Justiça em 2016.
Ao se aproximar das catracas da estação, a comitiva foi recebida aos
gritos de "mito", para surpresa dos japoneses que estavam no local e
que chegaram a perguntar quem era a celebridade que estava causando aquela
movimentação.
O pré-candidato viaja acompanhado de três de seus filhos e dos também
deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Luiz Nishimori (PR-PR).
Após se encontrar com o cônsul brasileiro em Hamamatsu, Ernesto Otto
Rubarth, e tirar foto com os fãs na plataforma da estação, Bolsonaro seguiu a
pé por cerca de 300 metros até o restaurante Servitu, onde era esperado para
dar uma palestra para 350 pessoas e para um almoço. No caminho, ganhou uma
chapéu de bambu típico do Japão, que manteve na cabeça.
Em frente ao restaurante, o designer Eduardo Henrique Kageyama dispôs
sobre uma mesa 100 camisetas com a estampa do "Bolsomito, nosso futuro
presidente que vai por ordem no país" e esperava vender todas por 2.500
ienes (R$ 75) cada uma.
Bolsonaro iniciou seu discurso batendo continência para a bandeira
japonesa e elogiando o país na comparação com o Brasil. "Quando olhamos
para o nosso Brasil, vemos que temos tudo, riquezas minerais, biodiversidade,
energia hidráulica, eólica, solar, costas maravilhosas, mas temos uma classe
política lamentável", afirmou.
Na sequência, sugeriu trabalhar em parceria com os japoneses para a
exploração de nióbio no Brasil, uma de suas principais propostas.
Com um discurso com foco na economia, o pré-candidato prometeu combater a
corrupção e falou sobre as reformas tributária e trabalhista e criticou a
presença chinesa no Brasil. "A China está comprando terras agricultáveis
do Brasil e isso é preocupante porque a nossa segurança alimentar brevemente
estará nas mãos dos estrangeiros. Não quero brigar com país nenhum nem impedir
o comércio, mas não podemos vender o Brasil", disse ele ao público.
Bolsonaro terminou seu discurso falando de segurança e defendeu armar as
mulheres do país como forma de combater a violência doméstica. "A mulher
vai querer aquela palhaçada da Lei do Feminicídio? Tem que ter uma pistola em
casa. O vagabundo quando quer fazer uma maldade para uma mulher já sabe que ele
está errado, mas se a mulher tiver uma arma em casa ele não vai fazer
besteira".
Após a sua fala, os brasileiros que pagaram 5 mil ienes (R$ 151) pela
entrada elogiaram o deputado. Fabio Moreno, que mora em Toyota (a cerca de 60
quilômetros de Hamamatsu), se disse indignado com a situação do país. "Se
o eleitor não acordar, vai sucumbir e cair na mesmice".
Já Akira Tanouye, morador de Hamamatsu, disse que costuma ver os vídeos de
Bolsonaro na internet. "Ele parecer ser uma pessoa verdadeira e quer
consertar o Brasil, melhorar o setor da segurança, a proteção às mulheres e
isso é importante". Com o título de eleitor em dia, ele declarou que vai
votar no deputado.
Ao fim do almoço, a comitiva fez o caminho de volta para a estação, onde
pegou um trem com destino a cidade japonesa de Oizumi, próxima parada do
deputado em seu tour pela Ásia, que começou na sexta (23) em Tóquio e que
incluirá também passagens por Coreia do Sul e Taiwan. (Via: Folhapress)
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