Adélio Bispo, que deu uma facada
em Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência, alegando ter agido "a
mando de Deus", deixou Juiz de Fora, Minas Gerais, para Campo Grande
por volta das 7h55 deste sábado (08). Ele será levado para um presídio federal,
em um avião da Polícia Federal.
A transferência foi determinada pela Justiça Federal durante a audiência
de custódia, na tarde desta sexta-feira (07).
Adélio Bispo foi preso pela Polícia Militar de Minas Gerais logo após
Bolsonaro ser atacado em Juiz de Fora. Ele confessou a PM ser o autor da facada
no candidato.
A Polícia Federal abriu um inquérito, segundo o G1, para investigar o caso
e já indiciou Adélio Bispo por "atentado pessoal por inconformismo
político".
Adélio também disse que agiu sozinho, sem ajuda de partido político ou
empresa. Policiais federais consideraram o depoimento do suspeito como
declarações de uma pessoa conturbada.
urante audiência de custória a juíza federal Patrícia Alencar Teixeira de
Carvalho, da 2ª Vara de Juiz de Fora, converteu a prisão em flagrante do
suspeito em prisão preventiva, sem prazo determinado. Ao negar a soltura, a
juíza escreveu que Adélio Bispo de Oliveira representa risco à sociedade.
"Observo que há, inclusive, notícia nos autos de divulgação do ódio
aos ideais defendidos por Bolsonaro, denotando, assim, que se colocado em
liberdade apresenta grave risco de reiteração criminosa ao próprio candidato ou
a outros."
Na decisão, a juíza afirma que a defesa apontou insanidade mental, mas que isso
deve ser informado por escrito no processo e analisado pelo juiz que for tratar
do caso.
A magistrada também determinou que Adélio Bispo de Oliveira passe por
atendimento médico, uma vez que reclamou de dores durante a audiência.
"Tendo em vista que o custodiado reclamou de dores no corpo durante
sua oitiva, determino que passe por atendimento médico junto ao CERESP, antes
de sua transferência ao presidio federal."
Observações da juíza - No termo da audiência de custódia, a juíza afirmou
que trata-se de "delito grave". "Trata-se de delito grave, que
revela profundo desrespeito à vida humana e ao Estado Democrático de Direito,
notadamente, a liberdade constitucional de manifestação dos ideais políticos,
afetando de forma direta no processo eleitoral."
Na avaliação dela, trata-se de delito "adredemente planejado, tendo
sido desferido golpe de faca no abdômen, sem direito de defesa da vítima",
o que criou "grande comoção pública". Para ela, não há dúvidas da
participação de Adélio.
"Observo que existem imagens do delito, fortes, diga-se de passagem,
as quais não deixam dúvida acerca da materialidade delitiva."
A juíza também considerou que as investigações devem prosseguir para
identificar se houve envolvimento de outras pessoas e frisou que "até o
momento, não (foi) descartado envolvimento politico-partidário".
Além de Adélio Bispo, outras duas pessoas são investigadas pela Polícia
Federal nesse caso, de acordo com o ministro da Segurança Pública, Raul
Jungmann, que não deu detalhes sobre as apurações.
O ministro evitou falar sobre qual seria a motivação do ataque. Jungmann
afirmou que a PF está trabalhando com o setor de inteligência para
reconstituição dos passos de Adélio Bispo e toda a rede de relacionamentos
dele.
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