A ex-chefe da extinta Delegacia
de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp), Patrícia
Domingos, foi nomeada chefe da 5ª Delegacia de Polícia de Homicídios,
responsável por investigações em áreas da Zona Norte do Recife. A portaria foi
assinada pelo Secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, nessa terça-feira
(13) e publicado no boletim da pasta desta quarta (14). A delegada não
concordou com a mudança de área e afirmou que vai recorrer à Justiça.
Patrícia Domingos disse que vai pedir judicialmente a sua realocação para
o Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco), departamento que
foi criado na mesma lei que extinguiu a Decasp na estrutura da Polícia Civil.
“Isso é desperdiçar a capacidade produtiva e a experiência que eu tenho. A
experiência que eu tenho não é nessa área”, explicou.
Em nota, a Polícia Civil afirmou
que “a escolha do novo cargo levou em consideração o desejo da servidora em
assumir a titularidade de uma delegacia e atuar diretamente nas investigações”.
Patrícia Domingos foi chamada pela secretaria para exercer o cargo de diretora
adjunta do Draco, chefiado por Sylvana Lellis. Domingos respondeu gostaria de
atuar como delegada, não como diretora.
“A função, já assumida pela delegada Erica Bezerra, permite a titularidade
de inquéritos e atuação direta nas investigações, como comumente acontecem nos
demais departamentos que compõem a PCPE. Porém, a delegada recusou o cargo
alegando desejar uma função mais técnica e voltada para as investigações”,
afirmou a polícia.
Segundo a Polícia Civil, os titulares das novas delegacias de Repressão
à Corrupção e ao Crime Organizado já haviam sido indicados.
“O DHPP é um dos departamentos mais importantes e bem equipados da
Polícia Civil de Pernambuco, que possui a missão de preservar da vida, o maior
bem jurídico. Em 2018, o DHPP ajudou a salvar 176 vidas na capital, comparando
o número de homicídios de janeiro a outubro de 2018 com o mesmo período de
2017. O que representa uma redução de 25% nos números de homicídios”, defendeu
a polícia. “A PCPE esclarece ainda que as mudanças dentro da corporação fazem
parte da rotina da instituição e atendem o princípio técnico, visando
unicamente o melhor desempenho da atividade policial e o atendimento a
população”.
Extinção da Decasp
O projeto que extinguiu a Decasp teve a redação final aprovada pela Assembleia
há uma semana, sob protestos de representantes de sindicados e associações dos
policiais civis, de delegados e de integrantes do Ministério Público, além da
oposição ao governador Paulo Câmara (PSB).
Foram fechadas a Decasp e a Delegacia de Crimes contra a Propriedade
Imaterial (Deprim), conhecida como antipirataria. Os inquéritos que estavam
nelas foram redistribuídos no recém-criado Departamento de Repressão ao Crime
Organizado (Draco). A Decasp foi a responsável por operações como a Ratatouille e
a Castelo de
Farinha, que investigaram supostas irregularidades na
contratação de merenda escolar nas prefeituras do Cabo de Santo Agostinho e de
Ipojuca, respectivamente. (Via: Blog do Jamildo)
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