Recentemente uma fala da ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves,
viralizou: “Menina veste rosa e menino veste azul”. Deixando de lado o fato
desta ter sido a afirmação a repercutir e não os seus posicionamentos contra o
tráfico humano, o abuso infantil, o aborto e a violência doméstica, assuntos
urgentíssimos tratados em seu discurso de posse, analisemos o seguinte.
O que a ministra falou trata-se de uma figura de retórica. Ela usa o termo
”azul” para representar a masculinidade e isto é algo que não precisaria ser
explicado, mas como no Brasil a taxa de analfabetismo funcional apenas cresce,
isso se faz necessário. Não foram poucas as pessoas que se indignaram e
classificaram a afirmação como uma ”imposição de comportamento”.
Para deixar mais claro, segue o exemplo. Quando alguém diz “minha boca é
um túmulo!”, ela quer dizer “não vou falar”. Quando dizem “você é um gato”,
querem dizer “você é muito bonito”.
Quando Damares diz “menino veste azul” ela está dizendo nada mais que
“menino é menino”, uma clara expressão do seu já conhecido posicionamento
contra a ideologia de gênero e da sua política de trazer a definição biológica
como protagonista da identidade infantil.
Apesar isso, vários famosos veicularam centenas de críticas oportunistas ao
caso. A apresentadora Angelica e seu marido Luciano Huck postaram uma foto
vestindo azul e rosa, respectivamente, como forma de confrontação, mas após dar
à luz aos seus dois filhos meninos, Angélica deixou a maternidade com eles
embalados em um manto azul.
Já o ator Bruno Gagliasso postou duas fotos usando blusa cor-de-rosa, mas
ao gravar um vídeo para o canal no YouTube de sua esposa Giovanna Ewbank, ela
se fantasiou de unicórnio rosa e de ele azul.
Para completar o cenário, eles parecem não levar em conta o fato de que a
ministra usa a palavra ”menino”, que remete à ”criança” e não a homem, o que
eleva a um nível medonho a falta de interpretação desses artistas.
Como ressaltado pela própria ministra, no Brasil temos a campanha do
“Outubro Rosa” de prevenção ao câncer de mama em mulheres e o “Novembro Azul”,
de conscientização ao câncer de próstata. Essa representação cromática é
preconceituosa ou problemática? De maneira alguma. É uma símbolo social por
meio do qual nos situamos e identificamos socialmente.
Como disse G.K. Chesterton, “chegará o dia em que teremos de provar ao
mundo que a grama é verde”. (Por Jennifer Thalis - Via: Blog de Jamildo)
Blog: O Povo com a Notícia