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sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Enquanto isso... Ministra Damares e a dificuldade de interpretação


Recentemente uma fala da ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, viralizou: “Menina veste rosa e menino veste azul”. Deixando de lado o fato desta ter sido a afirmação a repercutir e não os seus posicionamentos contra o tráfico humano, o abuso infantil, o aborto e a violência doméstica, assuntos urgentíssimos tratados em seu discurso de posse, analisemos o seguinte.

O que a ministra falou trata-se de uma figura de retórica. Ela usa o termo ”azul” para representar a masculinidade e isto é algo que não precisaria ser explicado, mas como no Brasil a taxa de analfabetismo funcional apenas cresce, isso se faz necessário. Não foram poucas as pessoas que se indignaram e classificaram a afirmação como uma ”imposição de comportamento”.

Para deixar mais claro, segue o exemplo. Quando alguém diz “minha boca é um túmulo!”, ela quer dizer “não vou falar”. Quando dizem “você é um gato”, querem dizer “você é muito bonito”.

Quando Damares diz “menino veste azul” ela está dizendo nada mais que “menino é menino”, uma clara expressão do seu já conhecido posicionamento contra a ideologia de gênero e da sua política de trazer a definição biológica como protagonista da identidade infantil.

Apesar isso, vários famosos veicularam centenas de críticas oportunistas ao caso. A apresentadora Angelica e seu marido Luciano Huck postaram uma foto vestindo azul e rosa, respectivamente, como forma de confrontação, mas após dar à luz aos seus dois filhos meninos, Angélica deixou a maternidade com eles embalados em um manto azul.

Já o ator Bruno Gagliasso postou duas fotos usando blusa cor-de-rosa, mas ao gravar um vídeo para o canal no YouTube de sua esposa Giovanna Ewbank, ela se fantasiou de unicórnio rosa e de ele azul.

Para completar o cenário, eles parecem não levar em conta o fato de que a ministra usa a palavra ”menino”, que remete à ”criança” e não a homem, o que eleva a um nível medonho a falta de interpretação desses artistas.

Como ressaltado pela própria ministra, no Brasil temos a campanha do “Outubro Rosa” de prevenção ao câncer de mama em mulheres e o “Novembro Azul”, de conscientização ao câncer de próstata. Essa representação cromática é preconceituosa ou problemática? De maneira alguma. É uma símbolo social por meio do qual nos situamos e identificamos socialmente.

Como disse G.K. Chesterton, “chegará o dia em que teremos de provar ao mundo que a grama é verde”. (Por Jennifer Thalis - Via: Blog de Jamildo)

Blog: O Povo com a Notícia