Dentre os helicópteros ocupados
em apoiar a retirada de corpos dos escombros e da lama, ou encontrar
sobreviventes em meio à destruição em Brumadinho, ao menos uma das aeronaves
tinha a missão de executar, com tiros, animais ilhados, presos na lama ou
feridos.
Na tarde desta segunda-feira (28), chamou atenção a ação da Polícia
Rodoviária Federal (PRF), que fazia voos rasantes em uma área devastada do
Córrego do Feijão, numa região isolada e mais próxima da barragem de rejeitos e
um agente armado com fuzil mirava, de dentro do helicóptero, locais onde
enxergava animais na lama. E disparava.
Conforme a Agência Estado, foram mais de 20 disparos, até o que o
helicóptero partiu. O sacrifício dos animais ocorreu numa área próxima do local
onde mais de 20 brigadistas tentavam abrir um ônibus coberto pela lama, com
vítimas dentro. Há muitos bois ilhados ao longo de todo o trecho da cidade que
foi varrido pelo barro. Outros estão com parte do corpo presos na lama.
A decisão de executar os animais foi confirmada pelo chefe da Defesa Civil
de Minas, coronel Evandro Geraldo Borges. “O que vamos fazer? Deixar o animal
sofrendo? Estamos sim, com equipe em campo executando esse trabalho, mas essa
decisão só é tomada nos casos em que não há outra opção.”
Outra parte da equipe, disse o coronel, está empenhada em socorrer animais
“em condições de serem retirados” da lama. Mas em muitas situações, declarou,
só resta o tiro de misericórdia. “Não tem jeito. Tem animal preso, outro com
perna quebrada. Temos de fazer escolhas, de retirar as pessoas, ir atrás de
sobreviventes. Tudo que está sendo feito foi pensado. É isso.”
Em nota, a PRF informou que o procedimento de sacrifício dos animais foi
realizado com o atendimento de todos os protocolos de segurança, "a pedido
e sob a coordenação de uma veterinária, integrante do Conselho de Veterinária
de Minas Gerais e supervisionado pelo comando das operações de
resgate". (Via: Folhapress)
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