A Fundação Joaquim Nabuco
(Fundaj), por meio do Centro Integrado de Estudos Georreferenciados para a
Pesquisa Social (CIEG), segue monitorando o avanço do derramamento de rejeitos
ocorrido no dia 25 de janeiro de 2019 no município de Brumadinho (MG).
O receio é o deslocamento em direção à Bacia Hidrográfico do Rio São
Francisco (BHSF) e possíveis desdobramentos socioambientais.
Agora utilizando imagens do satélite sino-brasileiro CBERS 2B, do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (o INPE, em São José dos Campos, SP),
o Cieg comparou a imagem do satélite francês Sentinela 2 de domingo
(27/01/2019) com imagem do satélite sino-brasileiro CBERS 2 de ontem,
terça-feira, 29/01/2019.
Segundo a Fundaj, as imagens do satélite brasileiro são mais nítidas por
não apresentarem nuvens – o que facilita a extração de informações.
A
Figura 1 trás todo o percurso do derramamento de rejeitos após o rompimento da
Barragem do Córrego do Feijão, no município de Brumadinho (MG). A parte na cor
laranja é a área atingida e registrada pelo satélite francês até domingo, e, na
cor vermelha, a nova área do deslocamento do fluxo de derramamento entre
domingo 27 e terça-feira 29 de janeiro. A área até domingo era de
aproximadamente 3,5 km² e o avanço em direção à margem direita do rio Paraopeba
tem área calculada pelo CIEG, com base nas imagens do satélite brasileiro, é
de, aproximadamente, 40.000 m².
“Antes de atingir o rio
Paraopeba, devido ao relevo acidentado da região, o fluxo se dividiu em dois
canais, ambos atingindo o rio, como mostra o detalhe da Figura 2. Podemos observar
a contaminação do rio Paraopeba a partir deste ponto, onde a cor da água do
rio, antes escura (o que significa que são águas limpas e profundas), agora se
mostra mais clara, devido aos elementos em suspensão presentes na água após a
chegada deste material contaminante. Este fluxo segue por todo o perímetro
urbano da cidade de Brumadinho, em direção ao leito do rio principal dessa
bacia hidrográfica: o rio São Francisco. Isso evidencia a possibilidade real
desse fluxo contaminado atingir a margem mais próxima da Represa de Três
Marias”, explica a entidade.
A Fundaj promete seguir acompanhando o fluxo de rejeitos contaminados em
direção ao rio São Francisco e seus impactos socioambientais, publicando novas
informações de Sensoriamento Remoto tão logo sejam processadas pelo Cieg.
Blog: O Povo com a Notícia